Este é um dos textos que você encontra no primeiro livro independente lançado pelo blog, a Cartonera Bibliotecas do Brasil. Na cartonera os leitores têm acesso a uma diversidade de assuntos abordados e a visão pessoal dos editores do blog que são partilhados na newsletter Bibliotecas do Brasil Inbox. As páginas têm várias ilustrações e cada livro possui uma capa única, pintadas em papelão reciclado com artes exclusivas feitas pelo Juliano Rocha. As cartoneras são costuradas à mão por Daniele Carneiro.
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Por que os livros devem ser livres?
Texto de Juliano Rocha
Livros abrem caminhos e mentes, a leitura é uma das mais potentes armas para efetuar a melhoria de vida de alguém, ela pode educar, instruir, formar caráter, divertir, acalmar, emocionar e até apaixonar quem a pratica. Um leitor é alguém que possui um maior conhecimento daquilo que está ao seu redor, e exatamente por isso está menos propenso a ser enganado por soluções fáceis oferecidas por salvadores da pátria, sejam eles políticos ou não.
O início da vida de leitor começa nas mais diversas idades, varia muito de acordo com a vida que cada um leva e principalmente com a facilidade de se conseguir um livro. O acesso aos livros não é tão simples quanto de outras mídias, vemos televisores em quase todos os ambientes que frequentamos, computadores também alastraram-se em quase todos os cômodos de escritórios e residências, porém o livro, esse objeto que muda vidas, infelizmente não é encontrado em todas as casas que visitamos.Para melhorar esta situação, é preciso criar novos pontos de acesso aos livros e principalmente tornar estes pontos livres de controles excessivos e regras que mais afastam do que ajudam os potenciais leitores. Uma biblioteca pode ter vários tamanhos, desde um conjunto de prédios que contém uma quantidade imensa de títulos, até uma prateleira que possua 2 livros disponíveis para empréstimo.
Portanto, montar uma biblioteca não é difícil, ela pode ser do tamanho do excesso de sua prateleira. E quando se fala em bibliotecas livres a execução da ideia torna-se tão fácil quanto descobrir formas em nuvens. Por não necessitarem de um controle sobre o empréstimo e por serem autossustentáveis, a principal atividade da pessoa que criá-la será a de colocar os livros em um local protegido do tempo, divulgar a ideia e no máximo, caso queira, visitar a biblioteca para fazer pequenos ajustes, repor livros, retirar folhetos de propaganda ou arrumar os livros que pelo uso e movimentação podem estar espalhados. E esta manutenção não consome nem 10 minutos de seu tempo!
Uma pequena biblioteca livre, ou apenas um livro deixado livre em um banco de praça podem melhorar a vida de muitas pessoas, pois o livro não para em um só leitor, ele avança, e em seu avanço vai abrindo mentes, questionando seus leitores e criando novos escritores e divulgadores de livros. Esse processo contagioso e magnífico pode e deve ser auxiliado por você que possui livros que já leu, mas que nesse momento são apenas mais alguns centímetros coloridos em uma prateleira que não recebe sua visita há algum tempo. Abra sua mente e suas estantes para novas pessoas e mude uma vida hoje mesmo, arrume um lugar que seja interessante para disponibilizar uma biblioteca livre, coloque os livros, coloque um pequeno cartaz que explica que os livros são livres e conte para todo mundo o que fez, pois o exemplo também é contagioso e logo outra pessoa também abrirá sua estante para novos leitores.
Comece hoje sua biblioteca livre:
- Separe os livros que quer liberar;
- Baixe a arte do cartaz;
- Crie um carimbo para explicar no livro que ele é livre e deve circular (opcional);
- Coloque os livros em um local protegido do tempo, pode ser em um estabelecimento comercial que o dono aceite a ideia, crie uma pequena casinha para os livros, ou solte os livros em locais de grande circulação de pessoas;
- Divulgue sua biblioteca ou sua ação de libertar os livros na internet para espalhar a ideia.
"A biblioteca popular, como centro cultural e não como um depósito silencioso de livros, é vista como fator fundamental para o aperfeiçoamento e a intensificação de uma forma correta de ler o texto em relação com o contexto. Daí a necessidade que tem uma biblioteca popular centrada nesta linha se estimular a criação de horas de trabalho em grupo, em que se façam verdadeiros seminários de leitura, ora buscando o adentramento crítico no texto, procurando apreender a sua significação mais profunda, ora propondo aos leitores uma experiência estética, de que a linguagem popular é intensamente rica."
- Retirado do livro A Importância do Ato de Ler de Paulo Freire
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Texto e arte: Juliano Rocha
contato@bibliotecasdobrasil.com
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