29 de Janeiro - Dia da Visibilidade Trans: Data importantíssima para ações, atividades, programações e conscientização do público em bibliotecas e espaços de leitura. A data pode ser uma rica fonte de recursos para que esses locais possam ampliar seus acervos, suas atividades e seu alcance entre as comunidades leitoras. E aumentar a conscientização sobre a discriminação enfrentada por pessoas transgêneras no Brasil e em todo o mundo. Salas de aula, projetos de incentivo à leitura, espaços culturais, centros de educação, ações e iniciativas que têm como objetivo a leitura, a circulação de livros e de conhecimento, são espaços importantes para que a data seja vivenciada de forma significativa. Essa é uma excelente oportunidade de se preparar para eventos futuros na agenda de programações e de atividades da sua biblioteca (algumas datas de conscientização LGBTQ estão listadas no final desse post). Celebrar o Dia da Visibilidade Trans com ações educativas é um posicionamento fundamental das bibliotecas contra o ódio, tanto para a população trans, como para instruir o público frequentador e até mesmo as pessoas que são trabalhadoras de espaços de leitura e de conhecimento.
O Dia da Visibilidade Trans é um excelente momento para gerar a conscientização sobre a literatura temática disponível, indicar filmes e documentários ao público, sites, ongs e instituições que trabalham em benefício e apoio da população transgênera, além de ser um momento para fazer circular todo o material de acesso ao conhecimento que uma biblioteca pode disponibilizar. É um momento oportuno para abordar temas difíceis e tão presentes na vida em sociedade, para educar e gerar a conscientização das pessoas sobre como combater o bullying e os de crimes de ódio contra as pessoas transgêneras. É um excelente momento para promover cuidados com a saúde mental, física e espiritual. Também é o momento ideal para as bibliotecas se declararem como espaços seguros e de aceitação. Data relevante para abordar questões relacionadas à violência de gênero além de ser um momento de lembrar as pessoas que morreram em decorrência dessas violências.
Ainda dá tempo de realizar algo de relevância. O dia 31 de março é conhecido como o "International Transgender Day of Visibility" —Dia Internacional da Visibilidade Trans, e julho é o mês do Orgulho LGBTQ, como já publicamos nesse post (confira dicas de livros, filmes e documentários no final desse post).
Um importante tópico para a reflexão das pessoas que frequentam as bibliotecas, e principalmente para aquelas que trabalham em espaços de leitura, é sobre o uso do nome social pelas pessoas transexuais em órgão públicos, já assegurado por lei. Nós abordamos esse assunto em uma entrevista abundante de reflexões com o Eli Prado, e você pode se aprofundar nesse assunto lendo a matéria. Como o Eli nos contou, mesmo em bibliotecas públicas grandes e com bibliotecários, pessoas transgêneras são expostas a constrangimentos ao exigir um direito que é assegurado pela Constituição Brasileira.
Nesse Dia da Visibilidade Transgênera reflita:
— A biblioteca que você trabalha está ciente sobre o uso do nome social das pessoas trans?
— As pessoas que trabalham com você (em bibliotecas ou espaços de leitura) estão instruídas sobre o que é o nome social? Estão instruídas sobre como fazer o atendimento adequado às pessoas trans que solicitarem o uso do nome social?
— Como profissional que trabalha em bibliotecas ou espaços de leitura, o que você fazendo para dar visibilidade às pessoas trans em seu trabalho?
Aqui no blog Bibliotecas do Brasil nós preparamos essas duas entrevistas incríveis para apresentar às nossas leitoras e leitores, profissionais de bibliotecas que são pessoas transgêneras, e que estão empenhadas na diversidade, na inclusão e no respeito mútuo com frequentadores e frequentadoras de bibliotecas, vivendo e trabalhando para assegurar sua representação na sociedade. Nós apoiamos e incentivamos que as bibliotecas, projetos de incentivo à leitura independentes, comunitários ou individuais inovem, se capacitem e busquem sempre apoio na educação para conscientizar seu público, suas comunidades e suas equipes de funcionárias e funcionários, para a importância da realização de atividades, programações, mostras de acervo e disponibilidade de espaços seguros para a população de pessoas transgêneras.
Alexia Vitória - Bibliotecária e mulher transgênera
Alexia Vitória de Oliveira é bibliotecária chefe do Cefet-RJ Campus Angra dos Reis no Rio de Janeiro. Ela se formou há 11 anos pela Unesp-Marília em São Paulo e é pós-graduada em Gestão de Marketing pelo Senac SP. Em 2015 ela começou a fazer a redesignação sexual, e há poucos meses conseguiu sua grande vitória na Justiça: a retificação de nome e sexo no documento de identidade: "Agora sou legalmente Alexia. Consegui a retificação na justiça".
Alexia Vitória, bibliotecária e mulher transgênera, trabalha na biblioteca do Cefet-RJ em Angra dos Reis no Rio de Janeiro |
Alexia conversou com o blog Bibliotecas do Brasil sobre a celebração do Dia Nacional da Visibilidade Trans nas bibliotecas, sobre sua vida, sua transição e sobre como é a rotina de bibliotecária chefe e pessoa transgênera.
"Onde trabalho, logo quando passei a me apresentar como Alexia, alunos homens ficaram encanados mas depois normalizou. Mas no geral, colegas de trabalho que eu não tinha afinidade se aproximaram e a relação com os alunos melhorou muito também. Não sei se é respeito mesmo ou medo, mas as pessoas na minha frente têm mostrado grande respeito. Agora na rua, quando estava de cabelo curto escutava gracejos de homens (quem mais faria isso?) colocando em dúvida minha condição feminina, mas amigas cisgêneras já me disseram passar por isso também. Até o momento não ando tendo problemas de preconceito e violências por parte de desconhecidos. Confesso que ainda me bate espanto por conta de minha inserção na sociedade cisgênera heteronormativa".
Sobre a importância da celebração do Dia Nacional da Visibilidade Trans nas bibliotecas, Alexia fala o que pensa:
"Não só no dia 29 de janeiro, mas a importância das bibliotecas na divulgação de informações que ajudem a desconstruir ideias infundadas acerca da transexualidade sempre. Por ser biblioteca universitária de ciências exatas onde trabalho, ainda não consegui pensar em uma forma de encaixar essas atividades. Na verdade nossos alunos mal têm tempo pros livros de exatas. Mas até hoje, sempre tive liberdade sim para realizar ações dentro da biblioteca, até porque sou chefia e não peço permissão de nada. Uma iniciativa que tenho desde o ano passado, é deixar no balcão da biblioteca material informativo pra educar nossos usuários sobre como tratar corretamente pessoas transgêneras. O material informativo eu pesquiso na internet, faço a impressão e disponibilizo. Os alunos têm pegado o material e muitos leem no próprio balcão.
"Não só no dia 29 de janeiro, mas a importância das bibliotecas na divulgação de informações que ajudem a desconstruir ideias infundadas acerca da transexualidade sempre. Por ser biblioteca universitária de ciências exatas onde trabalho, ainda não consegui pensar em uma forma de encaixar essas atividades. Na verdade nossos alunos mal têm tempo pros livros de exatas. Mas até hoje, sempre tive liberdade sim para realizar ações dentro da biblioteca, até porque sou chefia e não peço permissão de nada. Uma iniciativa que tenho desde o ano passado, é deixar no balcão da biblioteca material informativo pra educar nossos usuários sobre como tratar corretamente pessoas transgêneras. O material informativo eu pesquiso na internet, faço a impressão e disponibilizo. Os alunos têm pegado o material e muitos leem no próprio balcão.
"A biblioteconomia tem um imenso contingente de pessoas lésbicas, gays e bissexuais" - Alexia Vitória, bibliotecária
Alexia é a primeira bibliotecária trans que conhecemos através do blog Bibliotecas do Brasil
Pergunto para Alexia se ela tem notícia sobre outras bibliotecárias e bibliotecários no Brasil que também são pessoas transgêneras.
"Transgênera de quem eu tenho notícia só eu no momento. E olha que a biblioteconomia tem um imenso contingente de LGB (lésbicas, gays e bissexuais). Aliás, profissional de biblioteconomia trans que tenho notícias não conheço mais ninguém além de mim. Acredito que deve haver mais, mas talvez tenham medo de se expor por causa da transfobia. Esses dias estava pensando justamente sobre isso, se sou a única bibliotecária transgênera "male to female" (em transição de masculino para feminino), e chefia ainda por cima no país. Fico pensando se soa arrogância quando enfatizo que sou chefe, mas por conta de minha condição transgênera, acho válido mostrar que podemos sim ocupar espaços que são nossos também por direito".
"Sociedade gostando ou não, tem bibliotecária-chefe trans sim" - Alexia Vitória |
"Por ser uma biblioteca de ciências exatas, não haverá nenhum evento específico, mas mesmo como faço na minha biblioteca, disseminando informações de forma perene sobre a questão, procuro servir de referência, e no dia a dia faço conscientização das pessoas. Minha própria existência e ser bem sucedida profissionalmente já é uma forma de militância, mas nem encano com isso."
Bibliotecária transgênera e empoderada, Alexia nos contou: "Acho interessante mencionar que sou formada em Biblioteconomia e pós-graduada em Marketing, pra mostrar empoderamento e que nós, pessoas trans, podemos ter acesso à educação de ponta também".
Alexia conseguiu na Justiça a retificação de nome e sexo no documento de identidade, na certidão de nascimento e demais documentos, e nos contou sobre sua luta para conseguir a mudança de nome.
Alexia conseguiu na Justiça a retificação de nome e sexo no documento de identidade, na certidão de nascimento e demais documentos, e nos contou sobre sua luta para conseguir a mudança de nome.
"A ação foi protocolada pela advogada em 4 de setembro de 2017. A sentença saiu em 15 de setembro e ficou 30 dias em trânsito de julgado. 16 de novembro, dia de meu aniversário, chegou a certidão retificada na casa de minha mãe. Depois fui retificando os documentos um a um".
Para a retificação dos nomes nos documentos, Alexia precisou investir R$4.500,00 para a contratação de uma advogada, mais R$150,00 dos custos processuais e mais R$77,00 pela certidão retificada.
“E o 'Vitória' no nome se deve a isso tudo que estou passando. Sou bibliotecária chefe do Cefet-RJ campus Angra dos Reis. Ou seja, sociedade gostando ou não, tem bibliotecária-chefe trans sim".
Atualização em 31/01/2018 - 21h
"Hoje recebi uma notificação do Conselho Profissional da região de meu registro (CRB-7) que sou a primeira Bibliotecária Transgênera devidamente reconhecida na História da Biblioteconomia brasileira.
A notícia foi recebida com um verdadeiro mix de emoções, desde me sentir honrada por entrar para a História de uma importante profissão, passando por certo medo pelo tamanho da responsabilidade e motivação por estar sendo vista como referência e exemplo de empoderamento. O mais importante nisso tudo é ver que estou conseguindo fazer algo de construtivo e útil para que possamos - um dia, ter uma sociedade melhor em nosso país".
Atualização em 31/01/2018 - 21h
Alexia é a primeira Bibliotecária Trans do Brasil
A Alexia fez uma postagem em seu Facebook hoje contando as boas notícias que recebeu após a repercussão dessa entrevista no meio bibliotecário."Hoje recebi uma notificação do Conselho Profissional da região de meu registro (CRB-7) que sou a primeira Bibliotecária Transgênera devidamente reconhecida na História da Biblioteconomia brasileira.
A notícia foi recebida com um verdadeiro mix de emoções, desde me sentir honrada por entrar para a História de uma importante profissão, passando por certo medo pelo tamanho da responsabilidade e motivação por estar sendo vista como referência e exemplo de empoderamento. O mais importante nisso tudo é ver que estou conseguindo fazer algo de construtivo e útil para que possamos - um dia, ter uma sociedade melhor em nosso país".
Eli Prado - Estagiário de biblioteca e homem transgênero
Eli Prado é um homem transgênero, estudante de Filosofia na UPFR, é estagiário em uma biblioteca municipal em Curitiba, na Casa da Leitura Manoel Carlos Karam. Nós fizemos uma longa entrevista com o Eli na matéria "A Transgeneridade nas Bibliotecas e Espaços de Leitura" que vale muito a sua leitura. Eli novamente conversa novamente com o blog Bibliotecas do Brasil, agora para falar sobre o Dia da Visibilidade Trans.
"Acho importante falar sobre ações em diferentes espaços e em todas as letras na sigla LGBT. Em junho é comemorado o Dia do Orgulho Gay que, com o passar do tempo, passou a ser visto e divulgado como Dia do Orgulho LGBT ou Dia da Diversidade, mesmo que na prática o movimento gay tenha mais visibilidade e por vezes reproduza preconceito contra pessoas LBT (lésbicas, bissexuais e transexuais). 19 de agosto é o Dia do Orgulho Lésbico. 23 de setembro é o dia do Orgulho Bissexual. Essa semana, dia 29 de janeiro, é o Dia da Visibilidade Trans. Quando a gente toma conhecimento da existência dessas datas e tem interesse em apoiar essa população, temos que divulgar, disseminar o quanto pudermos as datas, disseminar que o movimento LGBT não se resume ao Dia do Orgulho Gay, que cada uma dessas letras tem especificidades na forma de existir e resistir ao preconceito diariamente.
"Bibliotecas são espaços de resistência, espaços de liberdade, espaços para ampliar horizontes" - Eli Prado, estagiário de biblioteca
Eli Prado, estagiário de biblioteca e homem trans, atualmente trabalha na Casa da Leitura Manoel Carlos Karam em Curitiba, PR |
"Sobre o Dia da Visibilidade Trans, eu não consigo deixar de pensar em toda opressão e todo preconceito que mulheres trans e homens trans (me incluo nesse grupo) enfrentam todos os dias, toda a exclusão de absolutamente todos os espaços. Somos excluídos nas escolas, nas universidades, no mercado de trabalho, em serviços básicos, em espaços privados e públicos. Em bibliotecas também? Bibliotecas são espaços de resistência, espaços de liberdade, espaços para ampliar horizontes e seria incoerente que esses lugares não fossem ambientes seguros para populações excluídas. Eu não soube de ações voltadas para a comemoração do Dia da Visibilidade Trans nas bibliotecas que frequento em Curitiba, e eu mesmo como homem trans, que faço estágio num programa de incentivo à leitura, sinto que pequei por não ter programado nenhuma ação no meu lugar de trabalho para essa data específica. Mas admito que eu não veria isso com maus olhos em espaços que me tratassem com respeito e dignidade. Existe o Dia da Visibilidade Trans, mas o respeito e conhecimento seja entre os funcionários, seja em ações que disseminem informação entre leitores é um trabalho que se faz dia a dia. Em espaços que não houveram ações esse ano, espero que se dissemine informação para que ano que vem, a data não passe batida, pois é necessário uma base sólida pra que essas ações não sejam atividades isoladas num meio tóxico que não respeite efetivamente a população LGBT".
Dicas de livros do Eli para o Dia da Visibilidade Trans
- Problemas de gênero - Judith Butler
- Não ao sexo rei (em: Microfísica do Poder) - Michel Foucault
- Corpo educado: pedagogias da sexualidade - Guacira Lopes Louro
- Contra a interpretação - Susan Sontag
- New queer cinema: cinema, sexualidade e política - Lucas Muari e Mateus Nagime (org.)
- Almoço nu - William S. Burroughs
- Terezinha e outros contos de literatura queer - Josué Souza
- Amora – Natalia Borges Polesso
- Agreste (Malva-Rosa), Newton Moreno (peça teatral)
Dicas de filmes e documentários - Para pesquisar no Youtube, Netflix, etc
- Her story (2016 - websérie)
- Animal sonhado (2015)
- Batguano (2014)
- Tatuagem (2013)
- Doce amianto (2013)
- Madame Satã (2002)
- Better than chocolate (1999)
- The watermelon woman (1996)
- Seams (1993)
- The living end (1992)
- Swoon (1992)
- Paris is burning (1991)
- Queer Edward 2 (1991)
- Tongues untied (1989)
- It's a sin (1987)
- O funeral das rosas (1969)
- Eu não quero ser um homem (1918)
- Zapata's band (1914)
Prepare-se para celebrar as Datas de Conscientização LGBT na sua biblioteca ou espaço de leitura
Essas são sugestões de datas importantes para celebrar, incluir e fortalecer a comunidade LGBT em bibliotecas, espaços e projetos de incentivo à leitura. Leia também a matéria "Por que elegemos o dia 29 de Janeiro como o Dia da Visibilidade Trans?"da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo.
— 29 de Janeiro | Dia da Visibilidade de Travestis e Transexuais— 31 de Março | Dia Internacional da Visibilidade Transgênera
— 17 de Maio | Dia Internacional de Combate à Homofobia
— 28 de Junho | Dia do Orgulho LGBT Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
— 29 de Agosto | Dia Nacional da Visibilidade Lésbica
— 29 de Janeiro | Dia da Visibilidade de Travestis e Transexuais— 31 de Março | Dia Internacional da Visibilidade Transgênera
— 17 de Maio | Dia Internacional de Combate à Homofobia
— 28 de Junho | Dia do Orgulho LGBT Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
— 29 de Agosto | Dia Nacional da Visibilidade Lésbica
Dica de livro com capítulo sobre Diversidade LGBTQ nas Bibliotecas: Bibliotecas Mudam o Mundo
O capítulo de abertura do livro Bibliotecas Mudam o Mundo da Magnolia Cartonera chama-se "Diversidade LGBTQ nas bibliotecas", e tem 3 textos sobre bibliotecas e espaços de leitura capazes de criar e manter espaços seguros e de aceitação para a sua comunidade leitora. Que são capazes de atender todos os públicos sempre focando na diversidade. Com a necessidade cada vez mais latente de programações voltadas para o público LGBTQ nas bibliotecas, trazemos exemplos de como algumas bibliotecas estão se transformando para incluir programações voltadas ao público LGBTQ, e como elas podem ser locais seguros, de aceitação e combate ao ódio para jovens e adolescentes gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros e queers. Leia sobre os conteúdos abordados pelo livro. Compre o livro Bibliotecas Mudam o Mundo em nossa livraria online.Glossário
—"cisgênero" ou só "cis": a pessoa que se identifica com o gênero designado no nascimento, associado ao sexo biológico—"transgênero", "transexual" ou só "trans": a pessoa que não se identifica com o gênero designado no nascimento
—"heteronormatividade": o conjunto de normas sociais que sempre associa o "ser hétero" a algo natural, inato, biológico e determinante na vida dos indivíduos (associando pessoas do sexo feminino à fragilidade e pessoas do sexo masculino à dominância, etc).
Entrevistas e texto: Daniele Carneiro - Bibliotecas do Brasil
Fotos: Alexia Vitória e Eli Prado
Glossário: Eli Prado
Glossário: Eli Prado
Artes do post: Juliano Rocha - Biblioteca do Brasil
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