Brasileiros restauram biblioteca escolar em Moçambique

17.9.13

Moçambique quer ler é um projeto idealizado por três intercambistas brasileiros da AIESEC: Aline Camargo, Freitas Neto e Marielle Dall' Oglio. Eles viajaram para Maputo em Moçambique para trabalhar na Escola Primária da Coop, que tem cerca de 1300 alunos entre 6 e 11 anos. De início ele foram para dar aulas, mas no convívio com crianças tão esforçadas e interessadas eles perceberam que poderiam fazer a diferença e contribuir positivamente para o desenvolvimento do local. A escola não tinha biblioteca nem uma estrutura física adequada para receber os alunos. Não tinham livros didáticos nem de literatura. Juntos os intercambistas decidiram fazer uma ação para recuperar a biblioteca, e também fornecer recursos educacionais e literários para que as crianças pudessem se beneficiar do espaço, encorajá-las a apreciar a leitura, compartilhando histórias, livros, materiais escolares e atividades recreativas.

A biblioteca da escola antes da reforma

A Escola Primária da Coop já tinha uma construção destinada para ser uma biblioteca, mas nesse local não havia pintura nem telhado. As portas e janelas estavam danificadas e as instalações precisavam passar por uma reforma para dar à biblioteca condições de se tornar um lugar seguro. O local precisava dos recursos iniciais necessários para que as crianças passassem a frequentá-la, fornecer acesso aos livros e ser um espaço de cultura, um apoio para a educação e para a prática da leitura, que serão essenciais no desenvolvimento delas.

Fachada da biblioteca pronta depois da reforma

Envolvidos com essa situação os jovens intercambistas decidiram fazer duas campanhas simultâneas através do Facebook para arrecadar recursos financeiros, livros e outros objetos necessários para a montagem da biblioteca. A campanha Moçambique quer ler serviu para arrecadar R$2.360 reais para a reforma da estrutura física da biblioteca, que estava com problemas no teto, precisava de uma pintura e a aquisição de mesas, cadeiras e estantes.


A campanha Doe um livro para Moçambique foi para a arrecadação de livros infantis e infanto-juvenis, além de clássicos da literatura, livros didáticos e gibis. Com o dinheiro arrecadado, eles conseguiram reformar a biblioteca e comprar kits com material escolar e chinelos para 170 crianças de 3 ONGs diferentes. Conseguiram mais de 3 mil livros, e 330 deles foram doados para Moçambique. O restante será distribuído para ONGs brasileiras que ainda não foram escolhidas, nas cidades de Franca, Bauru, Campinas, Maringá e São Paulo.

O interior da biblioteca depois da reforma e as crianças da escola


Segundo Aline, "No total arrecadamos 2.360 reais, e apesar de ser menos do valor que tínhamos no nosso orçamento foi suficiente para toda a obra graças a ajuda de algumas pessoas e doações de Maputo, como o caso da estante, TV e DVD que foram doados pela Direção Municipal de Educação.


Kits que os intercambistas doaram para as crianças.



Depois de toda a obra terminada, 11.000 meticais sobraram em caixa (moeda de Moçambique), com este dinheiro os intercambistas compraram os chinelos, cadernos, pastas, canetas, lápis de escrever e coloridos e montaram kits para 170 crianças de três ongs: Kulima, um centro aberto que atende mais de 400 crianças no bairro Polana Caniço, onde desenvolve atividades recreativas e educacionais, 90 kits foram doados para essa instituição; para a Avidramo, Associação de Apoio às Vítimas do Drama em Moçambique que atende 40 crianças na Malanga, foram doados 40 kits; Centro de Reabilitação de Meninos, fundado e gerido pela Igreja Anglicana, o centro atende 40 meninos órfãos, para onde foram doados 40 kits.
Aline resume bem a alegria de poder incentivar a leitura e colocar uma semente de mudança em uma realidade tão sofrida: "O povo daqui nos motiva todos os dias, a mim e aos outros intercambistas, a tentar fazer o melhor que podemos e levar daqui a melhor experiência possível".
contato@bibliotecasdobrasil.com
Informações do Facebook, do site GNC.net.br e Razões para acreditar.
Fotos: Facebook Moçambique quer ler e Doe um livro para Moçambique

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