Bibliotecas do Brasil: exposição

Exposição Utopia Brasileira - Darcy Ribeiro 100 anos e mostra de livros no Sesc 24 de Maio em São Paulo

Exposição celebra o centenário de Darcy Ribeiro no Sesc 24 de Maio.

A exposição "Utopia Brasileira - Darcy Ribeiro 100 anos" celebra o centenário de Darcy Ribeiro, e apresenta sua obra em quatro facetas: como antropólogo, como educador, como político e como ensaísta e pensador do Brasil. A mostra, que acontece no Sesc 24 de Maio em São Paulo até junho de 2023, e propõe um diálogo entre objetos e documentos originais da coleção de Darcy Ribeiro, obras de arte contemporânea, fotos e aparatos multimídia, com vídeos diversos e uma grande instalação audiovisual imersiva, projetada em 360 graus, que apresenta o kuarup realizado em homenagem a Darcy Ribeiro em 2012, na reserva indígena do Xingu. Pioneiro, visionário e atuante em um projeto de nação, assim era Darcy Ribeiro, um importante pensador da história do país que deixou contribuições em diversas áreas de conhecimento.

A exposição tem como curadora Isa Grinspum Ferraz, colaboradora de Darcy Ribeiro por mais de 10 anos, e integra a ação em rede "Diversos 22: Projetos, Memórias, Conexões", desenvolvida pelo Sesc São Paulo no contexto do centenário da Semana de Arte Moderna e do bicentenário da independência do país. A mostra apresenta a potência da reflexão e da obra de Darcy Ribeiro em um momento de fragilidade social, destacando a atualidade do pensamento do estudioso e sua importância para a reflexão sobre o futuro do Brasil como povo e nação.

Exposição de livros de Darcy Ribeiro

Dentro da exposição "Utopia brasileira - Darcy Ribeiro 100 anos", os visitantes têm a oportunidade de entrar em contato com as obras publicadas pelo autor e seus mais variados exemplares. Cerca de 40 livros de Darcy Ribeiro foram montados em uma das paredes da exposição, formando uma grande vitrine com os livros publicados por diversas editoras. Essa é uma ótima oportunidade para leitoras e leitores que desejam se aprofundar na obra do antropólogo, educador, político e pensador do Brasil.

É importante ver os livros do autor na exposição porque oferece aos visitantes uma oportunidade de entrar em contato direto com a produção intelectual de Darcy Ribeiro. São cerca de 40 livros expostos em uma das paredes da mostra, permitindo aos visitantes conhecerem a diversidade de temas abordados pelo autor, desde questões indígenas e antropológicas até sua visão política e educacional para o Brasil. A exposição propõe um diálogo entre os livros e as outras facetas da obra de Darcy Ribeiro, como suas fotografias, objetos pessoais, diários e obras de arte contemporânea, ampliando a compreensão das pessoas visitantes sobre a importância e relevância do autor para a cultura brasileira.

No vão central do Sesc 24 de Maio, área com pé direito mais alto, visitantes adentram uma experiência audiovisual imersiva, projetada em 360 graus, que apresenta o kuarup realizado em homenagem a Darcy Ribeiro em 2012, na reserva indígena do Xingu. Na foto abaixo mostramos como foi a sensação de estarmos nesse ambiente imersivo.

"Gosto demais de gente. Quero é fartura para todos comerem, para crescerem sadios e manterem seus corpos. Quero é boas escolas para a criançada toda, custe o que custar, porque não há nada mais caro que o suceder de gerações marginalizadas pela ignorância". Darcy Ribeiro

Essa exposição é uma excelente oportunidade para qualquer pessoa que queira ampliar seus horizontes e conhecer um pouco mais sobre a história e cultura do Brasil, e sobre a vida de Darcy Ribeiro. Por aqui, nós gostamos muito de visitar as exposições no SESC 24 de Maio, a curadoria é muito rica, e como visitantes curiosos, sempre entramos em contato com conhecimentos e informações que ainda não sabíamos. Sempre encontramos informações surpreendentes e aprendemos algo novo. As exposições são realmente muito bem elaboradas, com uma curadoria impecável, que realmente captam a atenção de quem passa pelo SESC.

"Minha utopia é pra ser realizada aqui e agora". Darcy Ribeiro

E depois de visitar a exposição, o SESC 24 de Maio tem várias outras atrações para quem está de passagem pela cidade de São Paulo, como visitar a Comedoria e tomar um chá, um café, um suco, reabastecer a garrafa de água, e comer algumas das delícias disponíveis, e também visitar a Biblioteca. Esses lugares são verdadeiros tesouros acessíveis na cidade de São Paulo. Enfim, o SESC 24 de Maio junto com o SESC Avenida Paulista são paradas obrigatórias (e muito necessárias) em nossas viagens a São Paulo.

Um cházinho para dar aquela relaxada e continuar aproveitando as atrações do SESC 24 de Maio

Curadora da exposição “Utopia Brasileira”, Isa Grinspum Ferraz fala de livros escritos e indicados por Darcy Ribeiro

SESC 24 de Maio - Rua 24 de Maio, 109, Centro, São Paulo

Horário de Funcionamento: Terça a sábado, 9h às 21h; Domingos e feriados, 9h às 18h

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Texto: Dani Carneiro | Fotos: Juliano Rocha, Dani Carneiro

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Brasiliana

Coleção Brasiliana no Itaú Cultural, SP

No mês de dezembro de 2014 estivemos em São Paulo para passar a semana do Natal. Foram 7 dias de muitos quilômetros andados e centenas de obras de arte vistas - passamos pelo MASP, pela Pinacoteca, pelo Museu Afro Brasil, pelo Instituto Tomie Ohtake e pelo Museu da Língua Portuguesa. A viagem também foi marcada pelos diversos livros que conhecemos e lemos pequenos trechos nas abundantes livrarias da Avenida Paulista. Mas a exposição que eu mais queria visitar e que me emocionou muito em ver pessoalmente foi a Brasiliana no Itaú Cultural.

A Exposição Brasiliana é imensa, perfeita para quem gosta de observar pequenos detalhes de forma minuciosa. Na exposição os visitantes podem conhecer o Brasil a partir do olhar da história, da arte, da geografia, da antropologia, enfim, dos campos de conhecimento que mais se identificar. A Brasiliana proporciona ao visitante a aquisição de uma bagagem cultural incrível. A curadoria da exposição é impecável. É a História do Brasil de um jeito gostoso de conhecer e apreciar. São várias salas que nos remetem à nossa história desde a chegada dos europeus, seu encontro com os indígenas e as primeiras fases da colonização. Essa história é contada através de ilustrações, mapas belíssimos, documentos históricos, moedas, e livros, muitos livros.

Na Brasiliana podemos ter uma ampla visão do que os europeus viram, imaginaram e vivenciaram assim que chegaram ao Brasil. É a imagem do Brasil desconhecido, uma terra que eles acabavam de aportar, repleto de mistérios e também muita mitologia mostrada em diversos mapas que contém criaturas extraordinárias como uma onça com cabeça de macaco, capivaras com cabeça de antas e dragões.

Logo no começo da exposição, conhecemos A Imagem do Brasil Canibal, onde ilustrações de Theodore De Bry mostram a visão que os europeus recém chegados tinham de rituais antropofágicos brasileiros. É uma experiência visual maravilhosa, e vale muito passar uns longos minutos apreciando cada detalhe.

Ao longo da exposição conhecemos as impressões que os primeiros exploradores tiveram do Brasil, como imagens do interior do país, da costa, do litoral, da fauna e da flora brasileira.

A Brasiliana é repletas de documentos históricos que podem ser vistos de perto devido à curadoria impecável. Em algumas salas, logo abaixo das vitrines expositivas o visitante pode puxar uns gavetões e ali descobrir mais artefatos disponíveis para exposição. Durante nossa visita vimos algumas pessoas meio atrapalhadas e também admiradas (tanto quanto nós) em descobrir essas gavetas repleta de peças que fazem parte da exposição.

A Brasiliana é absolutamente imperdível, principalmente para quem tem a curiosidade de mergulhar em trechos importantíssimos da História do Brasil que muitas vezes não são assim tão conhecidos. A exposição é imensa, linda, encantadora, precisa ser vista, visitada, amada. A pessoa que visita, sai dali sentindo que aprendeu muito e desvendou mistérios relacionados ao Brasil. É uma exposição muito bonita, delicada, bem executada e capaz de passar um conhecimento enorme aos visitantes. Da próxima vez que visitá-la pretendo levar um caderninho para fazer anotações, pois há muita informação ali para ser debatida fora do museu, até mesmo aqui no blog.

Uma caixa milagrosamente intacta do príncipe naturalista alemão. Essa caixinha foi uma das peças que eu mais amei na Brasiliana. O texto que a acompanha diz o seguinte: "esta caixa chegou até nós, tal como foi montada pelo príncipe Maximiliano, com amostras colhidas durante sua expedição ao Brasil, de 1815 à 1817. Contém ovos, presas e caveiras de cobras, ainda embalados num jornal alemão da época. No interior da caixa foi também deixado um desenho original do príncipe naturalista descrevendo parte do seu conteúdo".

Nessa parte da exposição, o visitante pode puxar toda uma estante com as moedas referentes à várias passagens da História do Brasil.

O Brasil da Escravidão: Através dos olhos de artistas como Jean-Baptiste Debret, Johann Moritz Rugendas e Jean-Victor Frond os visitantes podem conhecer cenas da vida das pessoas que foram capturadas no continente africano e trazidas para o Brasil para serem escravizadas. De toda essa exposição, foi a parte que mais me emocionou. Chegamos na Brasiliana direto do Parque Ibirapuera, onde visitamos o Museu Afro Brasil, e os conhecimentos adquiridos por lá se complementam com os conhecimentos ofertados pela Brasiliana.

Aqui dentro é possível passar horas e horas sorvendo conhecimentos históricos, geográficos, artísticos, antropológicos e também literários.

É bom lembrar que essa é uma visão européia do Brasil, que possui toda uma rica história antes da chegada dos europeus. Infelizmente não possuímos relatos escritos dessa época, pois os povos indígenas possuíam uma cultura oral que foi perdida em grande parte pela morte da maioria da população local por doenças e a ação direta dos europeus que aqui chegaram. Contamos com os trabalhos de antropólogos e arqueólogos para nos contar mais sobre esse período.

Conhecer a Brasiliana é um despertar para a História do Brasil. É compreender como era esse país antes da chegada dos europeus, capturar através de todo esse acervo museológico a força da natureza, e a sua majestosidade quando o país era inexplorado. Essa exposição é para quem ama exposição de livros, natureza, arte e história e se conecta com detalhes.

Itaú Cultural - site
Localização: Avenida Paulista, 149 - São Paulo/SP

Daniele Carneiro e Juliano Rocha - Bibliotecas do Brasil
contato@bibliotecasdobrasil.com
Fotos: Daniele Carneiro e Juliano Rocha - Creative Commons