A bibliotecária Aliriane a professora Ana Lúcia lançaram o Leia Mulheres na Escola, clube de leitura que lê mulheres nas escolas rurais e escolas da periferia de Alegrete

O primeiro livro lido foi A Bolsa Amarela de Lygia Bojunga e o próximo será Olhos D'água da Conceição Evaristo

"Em Alegrete a gente faz os encontros na Biblioteca Pública Municipal Mário Quintana onde eu trabalho, mas o projeto Leia Mulheres não é da biblioteca, ele faz parte de um projeto nacional. Tem vários critérios para ser 'oficial' a iniciativa. Enviamos emails para o site, respondemos algumas perguntas e nos comprometemos com algumas questões. Junto comigo como mediadora trabalho com a Ana Lúcia, que é professora da zona rural em escola pública. Ela é militante, feminista e faz algumas falas sobre feminismo nas escolas. A gente tem se juntado com um coletivo cultural e tem feito parceria em saraus e em um bar da cidade. Em março levamos o projeto para a escola onde a Ana Lúcia trabalha que é na zona rural, para as turmas do 6º e 7º anos. Levar o Leia Mulheres para as escolas é uma tentativa de fazer o projeto ser conhecido. A gente fala todo o histórico, compartilha o que fazemos, o porque do Leia Mulheres. Eu espero que o próximo encontro que será realizado em maio seja bem legal. Os encontros não são para "ensinar" literatura, e também não vamos para fazer palestra. O livro precisa ser de fato lido entre estudantes e professoras para fazer sentido a gente abrir essa frente nas escolas. Não quero que fique de bonito na foto, mas na prática. Tomara que dia 25 seja muito especial".

"Como o livro é de contos, para otimizar e não ser tipo as antigas fichas de leitura em que os alunos eram obrigados a ler o livro e fazer resumo, sugerimos para a professora reunir alunos e alunas em duplas ou trios, e que cada um lesse um conto para podermos dialogar de acordo com o que cada um leu. Levamos umas 3 perguntas para incitar o debate, mas a ideia é que a conversa flua por si só. A gente fala o que curtiu, o que não curtiu e lê alguns trechos".

"A ideia partiu de uma conversa casual com a Aliriane. Uma de nós disse: 'E se levássemos o #LeiaMulheres para uma escola?' A primeira escola foi rural, juntamos o fato de eu trabalhar na biblioteca e realizar atividades de leitura e escrita com os adolescentes e ser uma das mediadoras do #LeiaMulheres pra tentar num espaço 'seguro' pra nós. Com essa escola já faço leituras com os adolescentes, leitura faz parte do horário de aula e tudo.  Li o livro 'A Bolsa Amarela' na biblioteca com os alunos. Com a Escola Estadual Waldemar Borges foi o seguinte, postamos as fotos no Facebook, e a diretora dessa escola de ensino médio da periferia se interessou. Ela é minha amiga e eles fazem muitas atividades interessantes. Enviamos o pdf do livro Olhos D'Água pra ela, e eles organizaram os contos com alunos e professores. Eles resolveram dividir os contos. Iremos no dia 25/05/2018 lá e discutiremos o livro da Conceição Evaristo, tal qual fazemos no #LeiaMulheres na Biblioteca Mário Quintana".

"A primeira experiência foi muito boa, especialmente pra mim, que fiz a leitura prévia com os adolescentes. Já recebemos o convite pra ir em outra escola, também de ensino médio da periferia. Vamos acertar os detalhes. Essa é uma forma de ampliar o espaço de leitura e divulgar o #LeiaMulheres. Esse é o segundo livro que leremos com as escolas. Estamos começando".

Diferenças entre o Leia Mulheres e o Leia Mulheres na Escola

"No Leia Mulheres da Biblioteca, a gente escolhe os livros entre as participantes. No Leia Mulheres na Escola é diferente pois é indicação nossa, com a ideia de tornar conhecidas as escritoras entre as professoras, então elas nos confiam essa indicação para o encontro, até para surgir algo diferente do clichê do currículo escolar. A Bolsa Amarela é um livro juvenil maravilhoso, a protagonista é uma menina, cheia de questionamentos e críticas do mundo, tem muita pegada feminista. O Olhos D' água eu indiquei por conhecer a escrita da Conceição Evaristo, dar espaço para uma escritora negra. Alegrete tem uma população grande de pessoas negras, pardas e indígenas, e a escola pública concentra esse público. A gente vive esse momento reacionário, de intolerância religiosa, escola sem partido, etc, e o valor literário da Conceição é muito maior que isso, e por o dedo nessas feridas é preciso. Optamos por esse Leia Mulheres vai à escola porque a galera jovem é mais aberta e precisa se desconstruir da literatura "imposta", e muitas vezes, descontextualizada da vida da forma como é ensinada nas aulas. Tem tido uma entrada bem bacana a gente consegue falar sobre".

Sobre preconceito literário e resistência através da literatura

"Eu trabalho também em Porto Alegre numa entidade sem fins lucrativo, a Cirandar, onde fazemos muito essa discussão da democratização da leitura, de que as pessoas devem ler e ler de tudo. Sabemos que é ingênuo dizer que 'tudo é bom e é literatura', pois existe muita coisa incitando ódio inclusive. Mas a questão é que ao trabalhar na formação de leitores, não fazendo críticas vazias sobre 'essa é uma boa literatura e o resto é lixo', porque quando tu faz isso, está sendo preconceituosa, é bem delicado. Tivemos um evento recentemente e foi justamente isso, discutir literatura e resistência nos espaços".

A presença de pessoas negras no Leia Mulheres

"Por aqui tenho a linha de frente que vai no sentido de posicionamento político na luta com a leitura e literatura, assumir que o Leia Mulheres é feminista, e se ele é feminista, vai ser o feminismo neoliberal? Vai ser o feminismo branco classe média? Tem que ter a presença das escritoras negras. Em Alegrete, o reflexo da sociedade é inclusive isso, a falta de presença de pessoas negras nos espaços culturais. Embora uma grande parcela da população seja negra e indígena, é uma cidade com uma elite branca, tu não vê as pessoas negras em espaços culturais, nunca. Aqui, a biblioteca mesmo pública, é localizada no centro, como em todo lugar, mas poder ir nas escolas públicas dos bairros com o Leia Mulheres é outra pegada. Mesmo a escola pública da zona central, os alunos e alunas são das vilas, dos bairros. Nós seguimos essa frente, essa bandeira de democratizar acesso. Nos nossos encontros do Leia Mulheres na biblioteca, participava uma menina negra, que começou a frequentar o espaço. Ela era a única da turma da escola dela que passou numa universidade e precisou mudar de cidade. Então, infelizmente no momento, não temos pessoas negras nos encontros do Leia Mulheres em Alegrete. Mas gostaria muito que participassem e deixo aqui meu convite, pois somos um grupo de resistência na cidade".

Aliriane e Ana Lúcia, levando mulheres para serem lidas em todos os lugares

O Som da Leitura: Amora, de Natália Polesso

Biblioteca de Mulheres Protagonistas - Livro Guia Prático para Bibliotecas Comunitárias

Marcha Mundial das Mulheres e Dia Internacional de Luta das Mulheres - Magnolia Zine 02

Diversidade no Dia das Mães - Magnolia Zine 03

Magnolia Zine 03 - Diversidade no Dia das Mães: Conheça outras vozes e narrativas com a edição nº3 da Magnolia Zine, você receberá dicas de atividades e iniciativas concretas de apoio à comunidade LGBTQ (Lésbicas, gays, bissexuais, pessoas transgêneras e queers) no Dia das Mães, que podem ser realizadas em uma variedade de configurações: em bibliotecas, escolas, salas de leitura, grupos e em seu projeto pessoal de leitura. Dicas e orientações sobre como elaborar datas comemorativas inclusivas que levem em conta a diversidade e a igualdade.

Saiba como promover ações onde as pessoas e as famílias LGBTQ possam se sentir acolhidas, reconhecidas e afirmadas.

Bibliotecárias Feministas - Magnolia Zine 04

Na Magnolia Zine 04 reunimos dicas com propostas de engajamento, luta e busca para soluções dos problemas que as mulheres e pessoas LGBTQ (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneras e queers) que trabalham em bibliotecas e espaços de leitura enfrentam diariamente. Falamos sobre experiências de trabalho onde as mulheres vivenciam situações de machismo e opressão, e que podem ter um desfecho diferente com dicas, recursos e ideias para mobilizar e organizar as ações das mulheres em seus empregos. Falamos sobre a importância do feminismo presente em bibliotecas e espaços de leitura. O tutorial desse zine foi desenvolvido e escrito especialmente para as mulheres que estão em locais de leitura, e que enfrentam diariamente o machismo, com algumas ideias para encontrar soluções. Seja você bibliotecária, professora, pedagoga, funcionária terceirizada, estagiária, voluntária ou leitora que frequenta uma biblioteca, e está passando por um momento desanimador por causa do machismo, esse tutorial irá te ajudar a recuperar suas forças.

Heroínas da Corrida Espacial - Magnolia Zine 05

Na edição 05 da Magnolia Zine nós vamos fazer uma viagem pelo espaço para conhecer as vidas das Heroínas Espaciais, as mulheres que fizeram história na Corrida Espacial. Estão presentes nas páginas da Magnolia Zine, as mulheres que foram pioneiras no campo de programação e computação, astronautas e cosmonautas, astrônomas e cientistas que fizeram parte dos programas espaciais de seus países e quebraram barreiras com seus trabalhos. Além de outros temas relacionados ao mundo da leitura e das bibliotecas. O poster interno acompanha o tema "Heroínas Espaciais" que pode ser usado como cartaz para enfeitar a sua biblioteca ou o seu ambiente de leitura, ou como tutorial para uma atividade de incentivo à leitura ou entretenimento. Nessa edição, você pode comprar a versão com o adesivo literário também é dedicado às Heroínas Espaciais.

Como Comprar

- O KIT MULHERES PROTAGONISTAS está disponível em nossa livraria online com 5 publicações com 10% de desconto e frete grátis para todo o Brasil por R$70. Clique para acessar a livraria online.

- O pagamento é feito através do sistema da loja via Pag Seguro, Pay Pal e Mercado Pago.

- As publicações também podem ser compradas separadamente (avulsas) em nossa livraria online. 
- As capas das publicações são coloridas e sortidas.


Dúvidas?
Entre em contato pelo email contato@bibliotecasdobrasil.com

A Magnolia Cartonera, é uma microeditora artesanal que opera em Curitiba, e publica livros e zines de incentivo à leitura, vendidos através de sua livraria online, que são enviados para todo o Brasil. Agora você tem a oportunidade de conhecer as publicações da Magnolia Cartonera com conteúdos e muitos recursos sobre o Dia Internacional de Luta das Mulheres, que abrangem atividades para leitoras e leitores de maneira individual, assim como atividades coletivas para pessoas que trabalham com bibliotecas, em espaços de leitura, projetos e iniciativas de incentivo à leitura, pessoas que trabalham com grupos de pessoas ou em salas de aula. 

Coleção de Magnolias Zines - publicação de incentivo à leitura da Magnolia Cartonera e do blog Bibliotecas do Brasil

Livros e zines para gerar conscientização sobre o Dia Internacional de Luta das Mulheres 

Marcha Mundial das Mulheres e Dia Internacional de Luta das Mulheres Magnolia Zine #2

 — Nessa edição contamos a poderosa manifestação de solidariedade e irmandade além fronteiras entre mulheres latinas e mulheres norte-americanas, mulheres indígenas, mulheres negras e mulheres brancas, mulheres idosas e mulheres jovens na fronteira dos Estados Unidos, em resposta à eleição do atual presidente daquele país.

 — Como organizar um mês inteiro dedicado ao Dia Internacional de Luta das Mulheres em bibliotecas, espaços de leitura e salas de aula. 

— Ações Individuais: Nós partilhamos ideias para que você possa organizar suas próprias ações independentes de conscientização sobre o Dia Internacional de Luta das Mulheres.

— Conquista do voto pelas mulheres: nessa edição preparamos um artigo, o poster que acompanha o zine e dicas de atividades sobre a importância da conquista e do voto das mulheres.

Uma das ilustrações da Magnolia Zine #2, arte de Juliano Rocha

Biblioteca de Mulheres Protagonistas - Guia Prático para Bibliotecas Comunitárias

Guia Prático para Bibliotecas Comunitárias - O livro tem um capítulo especial dedicado inteiramente sobre Bibliotecas de Mulheres Protagonistas. Ainda que a sociedade, a mídia e o senso comum tentem colocar as mulheres em discordância e imponham limites para o nosso campo de atuação, o fortalecimento da luta pelos direitos das mulheres deve ser uma causa de todas nós. Nós precisamos incentivar e fortalecer espaços culturais onde a voz das mulheres são ouvidas, onde as vozes são predominantes. Por isso um capítulo do Guia Prático para Bibliotecas Comunitárias é dedicado por completo à muitas ideias, sugestões para programações especiais dedicadas às mulheres, modificações e ações que podem ser feitas dentro de bibliotecas comunitárias para ampliar a participação das mulheres. 

São ideias que pretendem ajudar a desenvolver as habilidades das mulheres dentro do campo de atuação que desejarem, e incentivá-las a se tornarem leitoras atuantes'. O capítulo tem 11 tópicos que trazem assuntos para inspirar pessoas que queiram fazer programações literárias especiais dedicadas às mulheres em suas bibliotecas. Cada exemplar do Guia Prático para Bibliotecas Comunitárias é feito no formato cartonero (livro artesanal feito com capas de papelão reutilizado, que são pintadas e costuradas à mão), e pode ser adquirido diretamente em nossa livraria online.

Bibliotecárias Feministas - Magnolia Zine #4

Na Magnolia Zine #4 reunimos dicas com propostas de engajamento, luta e busca para soluções dos problemas que as mulheres e pessoas LGBTQ (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneras e queers) que trabalham em bibliotecas e espaços de leitura enfrentam diariamente. Falamos sobre experiências de trabalho onde as mulheres vivenciam situações de machismo e opressão, e que podem ter um desfecho diferente com dicas, recursos e ideias para mobilizar e organizar as ações das mulheres em seus empregos. Falamos sobre a importância do feminismo presente em bibliotecas e espaços de leitura. O tutorial desse zine foi desenvolvido e escrito especialmente para as mulheres que estão em locais de leitura, e que enfrentam diariamente o machismo, com algumas ideias para encontrar soluções. Seja você bibliotecária, professora, pedagoga, funcionária terceirizada, estagiária, voluntária ou leitora que frequenta uma biblioteca, e está passando por um momento desanimador por causa do machismo, esse tutorial irá te ajudar a recuperar suas forças. Conheça também os outros temas dessa edição.

Magnolia Zine #5 - Heroínas Espaciais

Na edição #5 da Magnolia Zine nós vamos fazer uma viagem pelo espaço para conhecer as vidas das Heroínas Espaciais, as mulheres que fizeram história na Corrida Espacial. Estão presentes nas páginas da Magnolia Zine, as mulheres que foram pioneiras no campo de programação e computação, astronautas e cosmonautas, astrônomas e cientistas que fizeram parte dos programas espaciais de seus países e quebraram barreiras com seus trabalhos. Além de outros temas relacionados ao mundo da leitura e das bibliotecas. O poster interno acompanha o tema "Heroínas Espaciais" que pode ser usado como cartaz para enfeitar a sua biblioteca ou o seu ambiente de leitura, ou como tutorial para uma atividade de incentivo à leitura ou entretenimento. Nessa edição, você pode comprar a versão com o adesivo literário também é dedicado às Heroínas Espaciais.

• Clique aqui para conhecer os autores: Daniele e Juliano

Como comprar

• Os livros e zines da Magnolia Cartonera estão disponíveis em nossa livraria online, que aceita cartões de crédito, boleto bancário, depósito em conta, e todas as outras formas de pagamento oferecidas pelo Mercado Pago. Caso você queira pagar com boleto, você gera e imprime o boleto através da livraria online. Nós não enviamos boletos de pagamento pelos Correios. Acesse a livraria online para conhecer. 

• Tem dúvidas? Entre em contato conosco pelo email: 
• contato@bibliotecasdobrasil.com

Lançamento: Kit Mulheres Protagonistas

Todas as publicações citadas nesse post podem ser compradas separadamente em nossa livraria online. Mas para facilitar a vida de quem quer comprar todas as publicações de uma vez só, com 10% de desconto e frete grátis, pode comprar agora o KIT MULHERES PROTAGONISTAS da Magnolia Cartonera, com todas essas edições reunidas direto em nossa livraria online: loja.bibliotecasdobrasil.com

Texto e fotos: Daniele Carneiro

Artes: Juliano Rocha sobre imagem de Graphic burguer