Como foi o lançamento de Heroínas Negras Brasileiras em Curitiba
24.7.17
Juliano Rocha, Jarid Arraes e Dani Carneiro do site Bibliotecas do Brasil. Foto: Robson Padilha
Um dos livros mais importantes publicados no Brasil em 2017 - senão o mais importante - foi lançado em Curitiba no dia 21 de julho de 2017, e o blog Bibliotecas do Brasil estava lá para registrar em primeira mão esse momento maravilhoso. A escritora Jarid Arraes esteve na cidade nesse final de semana para o lançamento do seu livro 'Heroínas Negras Brasileiras em 15 Córdeis' publicado pela editora Pólen Livros. O livro lançado por uma editora independente de São Paulo, administrada por uma mulher, a Lizandra Magon de Almeida, já está em sua primeira reimpressão em apenas 2 meses de lançamento.
Um livro inédito que precisa estar em todas as Bibliotecas do Brasil
O tão esperado livro Heroínas Negras Brasileiras da Jarid Arraes, maravilhosamente ilustrado por Gabriela Pires já está em nosso acervo - Foto: Bibliotecas do Brasil
O livro de Jarid Arraes é inédito no Brasil, extremamente relevante, e está causando um grande impacto para leitoras e leitores, no campo da História e na literatura brasileira. Jarid comprova que autoras às margens das grandes editoras e do mundo literário viciado nos mesmos nomes, temas e nas mesmas conversas de sempre, podem revolucionar quando são apoiadas por leitoras e leitores.
As salas de aula e bibliotecas de professoras e bibliotecárias conscientes e antenadas nunca mais serão as mesmas, pois agora, para quem estuda História e Cultura Afro-Brasileira, esse livro é essencial e indispensável para expandir e fundamentar conhecimentos. Se você é uma leitora ou leitor ativista, já sabe que deve solicitar para a coordenação do seu curso ou para a biblioteca pública da sua cidade que disponibilizem esse livro nos acervos o quanto antes.
O objetivo de Heroínas Negras Brasileiras em 15 Cordéis é poderoso: durante 4 anos Jarid pesquisou e coletou em documentos e relatos, as mulheres negras da história brasileira que foram excluídas e relegadas ao esquecimento.
Jarid questiona que ao longo de sua vida escolar (e infelizmente da grande maioria das pessoas) jamais ouviu falar de uma mulher negra que tivesse realizado grandes feitos pela humanidade, ou que tivesse lutado grandes batalhas contra a escravidão no Brasil. Os livros de história oficiais apagaram essa mulheres. Somente adulta foi que a Jarid conseguiu encontrar alguns nomes avulsos ao entrar em contato com sua origens afrobrasileiras.
Com os resultados das pesquisas realizadas por Jarid sobre esse apagamento das mulheres negras que fizeram a História do Brasil, ela fez uma coleção de cordéis contando os fatos das vidas de cada uma delas. Mais tarde, leitoras e leitores que tiveram conhecimento de suas histórias através dos cordéis, começaram a sugerir nomes de mulheres negras esquecidas para que ela pesquisasse e contasse suas histórias. A pesquisa e o resgate das histórias não contadas de mulheres como Carolina Maria de Jesus, Tereza de Benguela, Aqualtune, Maria Firmina dos Reis, e todas as heroínas que o livro de Jarid partilha em seu livro, funde-se à jornada da própria autora, batalhando pelo seu lugar no mercado editorial, que não tem espaço para a escrita e para o trabalho intelectual das mulheres negras.
Heroínas Negras Brasileiras em Curitiba
Participantes do Encontro Estadual Heroínas Negras Brasileiras - Foto: APP-Sindicato
Nós acompanhamos esses 2 dias enriquecedores, com uma agenda intensa de resgate histórico e de inserção na sociedade e empoderamento das mulheres negras, em companhia da Jarid Arraes e das mulheres em luta que vieram de várias cidades do estado para Curitiba para o Encontro Estadual Heroínas Negras na APP-Sindicato (Associação dos Professores do Paraná | Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná).
Representantes dos movimentos de mulheres negras estiveram presentes no lançamento do livro, da oficina de cordéis realizada pela Jarid, e para a realização de uma palestra com o tema: A importância da representação negra na literatura e na história.
Quem participou da palestra pode conversar sobre importantes questionamentos a respeito da representação das pessoas negras nos livros infantis da literatura brasileira, de grandes e tradicionais autores, mas que já são muito ultrapassados, e infelizmente ainda estão inseridos na realidade das escolas, perpetuando ideias racistas e estereótipos em relação ao povo negro. As professoras e educadoras presentes explicaram como é uma luta constante para contextualizar esses livros para crianças e adolescentes negros, principalmente quando esses jovens se percebem representados pelas professoras, mas não conseguem se ver representados nos livros infantis e infanto-juvenis antigos.
Para acompanhar essas movimentações, também houve roda de capoeira de mulheres, abertura da exposição fotográfica permanente da APP-Sindicato “Cabelo Afro: a estética da resistência”, e as celebrações e reflexões sobre o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, e o Dia Nacional de Teresa de Benguela no Brasil (ambos no dia 25 de Julho) também foram marcantes durante os dias do encontro.
Mulheres negras buscam espaço no mercado editorial brasileiro
Ingrid Alves e Juliana Clemente do Coletivo Zumbi e Dandara de Umuarama/PR - Foto: Ingrid Alves
Durante o encontro, muitas profissionais da educação falaram sobre seus projetos, suas expectativas e suas vivências. Nessas conversas veio à tona um debate muito importante: o forte desejo de publicação das mulheres negras. Várias participantes fizeram reflexões sobre seus escritos estarem guardados em gavetas, lotando as páginas de cadernos, que não chegam a ser publicados, pelo racismo e pela falta de interesse do mercado editorial. Elas relataram suas dificuldades e a inviabilização que enfrentam de suas vozes. Entre os debates foi levantada a situação de que, se as mulheres brancas costumam escrever e colocar seus escritos em cadernos que ficam fechados nas gavetas sem a expectativa de uma futura publicação, para as mulheres negras não resta nem a expectativa de colocar seus escritos nas gavetas, porque as portas do mercado editorial estão fechadas para elas. Para as escritoras negras o mercado editorial é inexistente, já que ele é dominado por pessoas brancas e ricas, e não está nem um pouco preocupado com a diversidade, e principalmente com as vozes e as histórias da mulheres negras.
Oficina de cordéis e leitura do livro pelas participantes - Foto: Daniele Carneiro Bibliotecas do Brasil
Jarid abriu seu coração, e partilhou bastante emocionada com a plateia (em sua grande maioria composta de mulheres), sobre as dificuldades que tem encontrado ao longo dos anos, as inúmeras tentativas de publicar seus livros, e sobre como é difícil para as mulheres negras serem levadas à sério como intelectuais, estudantes, escritoras, professoras e qualquer atividade que envolva as letras.
Parte da fila para pegar autógrafos, tirar fotos e abraçar a Jarid - Foto: Juliano Rocha Bibliotecas do Brasil
Jarid veio à Curitiba para falar das heroínas que estão fora dos livros de história, e também como uma grande inspiração para continuarmos nosso trabalho através das publicações independentes - Foto: Juliano Rocha
O apoio fundamental de professoras e professores para circular livros independentes
Um fato bastante interessante que a Jarid partilhou no Encontro Estadual Heroínas Brasileiras Negras, foi sobre o apoio que ela recebe de professoras e professores, que cientes de que as escolas não têm verbas para comprar novos livros, ou sequer inseri-los nas bibliotecas escolares, compram os exemplares por conta, com seu próprio dinheiro. Já aconteceu, segundo a Jarid contou, de uma professora comprar apenas um exemplar, e passá-lo de mão em mão por toda a sala, até que todo mundo conseguisse ler e fazer atividades com o livro.
Feirinha de livros durante o Encontro Estadual Heroínas Negras Brasileiras - Foto: Juliano Rocha Bibliotecas do Brasil
Para romper a invisibilidade das mulheres negras no mercado editorial brasileiro
Jarid Arraes e Ingrid Alves - Foto: Ingrid Alves
Ingrid Alves tem 31 anos, é professora de História do ensino fundamental e médio na cidade de Umuarama no Paraná, especialista em Africanidades e Cultura Afrobrasileira, é coordenadora e fundadora do Coletivo Zumbi e Dandara, e é também uma escritora que está em busca do seu caminho para a publicação. Ingrid fez um relato emocionante durante o lançamento do livro, sobre as dificuldades que as mulheres negras têm em encontrar uma editora que aceite publicar seus livros, e os preços abusivos que elas cobram para publicá-los.
"Eu me emocionei muito porque eu vejo a dificuldade...eu estou com um livro aí já tem um tempo, ainda nessa luta de tentar publicar e está muito difícil. E não consegui. Já estou escrevendo o segundo e não consegui publicar o primeiro. E isso (lançamento da Jarid) é um incentivo para nós escritores, em ver que você conseguiu, que você chegou lá".
Ingrid perguntou à Jarid como foi o processo de publicação, e que Jarid indicasse também como as mulheres negras podem alcançar o tão desejado sonho de publicar um livro. Ingrid contou mais sobre suas experiências como mulher negra em busca da publicação.
"É muito difícil, é dolorido, inúmeras e inúmeras vezes eu já chorei porque eu não consegui publicar meu livro, escrevendo o segundo também não consegui publicar, então aí você fica perdida, querendo desistir. E nós quando vamos à escola, percebemos o quanto é importante. Meus alunos me vêem como uma referência por causa do meu cabelo colorido e das minhas camisetas de rock, e sempre ficam me perguntando: 'Prô, quando é que sai o livro?' E eu respondo: Meu livro ainda não sai. Pra vocês terem uma ideia, a última editora que se interessou pelo meu livro, era quatro mil e quinhentos reais para publicar. É um valor excessivo, é um valor alto, então fica difícil".
Ingrid levantou o questionamento para a Jarid, e é um questionamento de todos nós:
"Eu me emocionei muito porque eu vejo a dificuldade...eu estou com um livro aí já tem um tempo, ainda nessa luta de tentar publicar e está muito difícil. E não consegui. Já estou escrevendo o segundo e não consegui publicar o primeiro. E isso (lançamento da Jarid) é um incentivo para nós escritores, em ver que você conseguiu, que você chegou lá".
Ingrid perguntou à Jarid como foi o processo de publicação, e que Jarid indicasse também como as mulheres negras podem alcançar o tão desejado sonho de publicar um livro. Ingrid contou mais sobre suas experiências como mulher negra em busca da publicação.
"É muito difícil, é dolorido, inúmeras e inúmeras vezes eu já chorei porque eu não consegui publicar meu livro, escrevendo o segundo também não consegui publicar, então aí você fica perdida, querendo desistir. E nós quando vamos à escola, percebemos o quanto é importante. Meus alunos me vêem como uma referência por causa do meu cabelo colorido e das minhas camisetas de rock, e sempre ficam me perguntando: 'Prô, quando é que sai o livro?' E eu respondo: Meu livro ainda não sai. Pra vocês terem uma ideia, a última editora que se interessou pelo meu livro, era quatro mil e quinhentos reais para publicar. É um valor excessivo, é um valor alto, então fica difícil".
Ingrid levantou o questionamento para a Jarid, e é um questionamento de todos nós:
'O que devemos fazer para que as mulheres negras sejam visíveis pelo mercado editorial?'
Foto: Juliano Rocha - Bibliotecas do Brasil
Jarid contou sobre as dificuldades que o mercado editorial impõe, sobre as dificuldades de ser publicada e sobre as situações que enfrentou. Falou sobre as coisas que ela, como uma escritora negra ouviu de editoras ao tentar publicar seu primeiro livro, e como partiu para a publicação independente.
"Me disseram em uma editora: 'seu livro fala muito de raça, seu livro fala muito de cor', como se eu, para ser publicada tivesse que baixar um pouquinho o tom, numa editora que só publica pessoas brancas. Foi muito difícil, pois tive que fazer um empréstimo para poder publicar um dos meus livros. Quando é que uma editora iria apostar numa autora nova, que está começando agora, que veio lá do interior do Ceará, que não faz o perfil da aparência, da escrita, eu estava toda fora do que o mercado editorial quer. Usei a Internet para divulgar. E os professores e professoras principalmente apoiaram. Os professores que levam o livro para a coordenação e apresentam para alunas e alunos".
Jarid contou também como foi emocionante e inspirador receber as homenagens de alunas do Colégio Joracy Camargo na Baixada Fluminense no Rio de Janeiro, e como todas as demonstrações de carinho dedicadas à ela e ao seu trabalho, fazem toda a luta valer a pena.
Jarid contou também como foi emocionante e inspirador receber as homenagens de alunas do Colégio Joracy Camargo na Baixada Fluminense no Rio de Janeiro, e como todas as demonstrações de carinho dedicadas à ela e ao seu trabalho, fazem toda a luta valer a pena.
Encontro Heroínas Negras Brasileiras, Curitiba, 2017 - Foto: Daniele Carneiro - Bibliotecas do Brasil
A professora Ingrid Alves contou ao blog Bibliotecas do Brasil sobre suas dificuldades como mulher negra em conseguir uma editora para publicar seus livros.
"Fui mãe adolescente de família evangélica conservadora, e tive uma menina especial. Minha filha Sthefany Vitória. Ela tinha agenesia do corpo caloso, uma má formação congênita em que a divisão do cérebro é menor que que o normal. Afetou a parte motora. Ela viveu até quase 5 anos. Fui mãe adolescente, engravidei com 17. Meu ex não assumiu. Tive um relacionamento abusivo. Eu resolvi escrever porque muitas mães passam por isso e não tem livro contado por quem passou por essas experiências. Também escrevi para as pessoas saberem como são os tratamentos, as medicações e a vivência. Meu livro chama-se "Com Ela" e tem quase 100 páginas. Também estou escrevendo "O Preconceito e Eu" que é meu atual projeto. Eu mandei o original para muitas editoras, e algumas até me responderam, mas falando mais sobre o que elas cobram para você publicar. Uma delas por exemplo me disse que a autora precisa comprar 250 exemplares por 30 reais cada, então por isso fica caro".
Em seu canal "O Preconceito e Eu" no Youtube, Ingrid conta porque sua história vale a pena ser publicada e lida.
Robson Padilha, assessor da secretaria de Gênero, Relações Étnico-raciais e Direitos LGBT do Núcleo Sindical da APP-Sindicato nos passou alguns dados do lançamento: "Foram 150 livros vendidos e aproximadamente 200 pessoas no lançamento de Heroínas Negras Brasileiras em Curitiba. E 100 pessoas presentes na oficina de cordéis do sábado".
Como autores independentes saímos com uma visão muito forte de que existem inúmeras mulheres, professoras, e educadoras negras com projetos literários engavetados, que querem e precisam ser publicadas. Saímos de lá com o pensamento muito forte de que precisamos tornar os meios da publicação independente conhecidos e possíveis para elas - já que ninguém pode mais perder tantos anos de produtividade, criatividade, estudos e pesquisas na dependência da vontade de grandes editoras, livrarias e também das bibliotecas públicas, que poderiam estar apoiando e viabilizando essas produções de forma atuante.
Fazer publicações independentes de forma artesanal e em casa como nós fazemos, e como a Jarid também faz com seus cordéis, e com a venda de livros direta através de nossas lojas virtuais requer uma quantidade de investimento financeiro, de conhecimentos, de horas de trabalho, energia e dedicação que muitas vezes não é percebida. Apesar de ser uma atividade que exige muito de quem a encara, seguir pela realidade do “faça você mesma(o)” vale muito a pena, tanto para publicar nossos próprios livros, quanto para passar adiante esse poder de autonomia. E para que mais pessoas que não têm um alto poder aquisitivo disponível, nem fazem parte de determinadas cenas literárias, possam tornar suas publicações viáveis.
Seguimos adiante com esse forte desejo de que os recursos para a publicação independente e da autopublicação se tornem cada vez mais divulgados, e de que o conhecimento de mais mulheres, seja através de vídeos, zines, textos, partilhas em grupos online, conversas, e movimentos, sejam publicados em livros, sem depender do caminho das pedras das grandes editoras e de cenas literárias elitistas para realizar esse sonho.
Quanto mais autoras, autores, artistas e editoras independentes conseguirem desvirtuar a lógica do mercado editorial, melhor será para as mulheres negras que estão na batalha por publicação. Que as editoras independentes trilhem um caminho em que a burocracia não seja colocada em primeiro lugar, e que busquem um rumo que valorize a diversidade, e principalmente as mulheres negras.
"Fui mãe adolescente de família evangélica conservadora, e tive uma menina especial. Minha filha Sthefany Vitória. Ela tinha agenesia do corpo caloso, uma má formação congênita em que a divisão do cérebro é menor que que o normal. Afetou a parte motora. Ela viveu até quase 5 anos. Fui mãe adolescente, engravidei com 17. Meu ex não assumiu. Tive um relacionamento abusivo. Eu resolvi escrever porque muitas mães passam por isso e não tem livro contado por quem passou por essas experiências. Também escrevi para as pessoas saberem como são os tratamentos, as medicações e a vivência. Meu livro chama-se "Com Ela" e tem quase 100 páginas. Também estou escrevendo "O Preconceito e Eu" que é meu atual projeto. Eu mandei o original para muitas editoras, e algumas até me responderam, mas falando mais sobre o que elas cobram para você publicar. Uma delas por exemplo me disse que a autora precisa comprar 250 exemplares por 30 reais cada, então por isso fica caro".
Em seu canal "O Preconceito e Eu" no Youtube, Ingrid conta porque sua história vale a pena ser publicada e lida.
Ingrid Alves do Coletivo Zumbi e Dandara de Umuarama e Daniele Carneiro do site Bibliotecas do Brasil - Foto: Ingrid Alves
Faltando apenas 2 horas pra Jarid voltar a São Paulo, e ainda tinha algumas pilhas de livros trazidas pelo Robson Padilha pra ser autografados - Foto: Daniele Carneiro (Bibliotecas do Brasil)
Robson Padilha, assessor da secretaria de Gênero, Relações Étnico-raciais e Direitos LGBT do Núcleo Sindical da APP-Sindicato nos passou alguns dados do lançamento: "Foram 150 livros vendidos e aproximadamente 200 pessoas no lançamento de Heroínas Negras Brasileiras em Curitiba. E 100 pessoas presentes na oficina de cordéis do sábado".
Foto: Daniele Carneiro - Bibliotecas do Brasil
Fazer publicações independentes de forma artesanal e em casa como nós fazemos, e como a Jarid também faz com seus cordéis, e com a venda de livros direta através de nossas lojas virtuais requer uma quantidade de investimento financeiro, de conhecimentos, de horas de trabalho, energia e dedicação que muitas vezes não é percebida. Apesar de ser uma atividade que exige muito de quem a encara, seguir pela realidade do “faça você mesma(o)” vale muito a pena, tanto para publicar nossos próprios livros, quanto para passar adiante esse poder de autonomia. E para que mais pessoas que não têm um alto poder aquisitivo disponível, nem fazem parte de determinadas cenas literárias, possam tornar suas publicações viáveis.
Seguimos adiante com esse forte desejo de que os recursos para a publicação independente e da autopublicação se tornem cada vez mais divulgados, e de que o conhecimento de mais mulheres, seja através de vídeos, zines, textos, partilhas em grupos online, conversas, e movimentos, sejam publicados em livros, sem depender do caminho das pedras das grandes editoras e de cenas literárias elitistas para realizar esse sonho.
Quanto mais autoras, autores, artistas e editoras independentes conseguirem desvirtuar a lógica do mercado editorial, melhor será para as mulheres negras que estão na batalha por publicação. Que as editoras independentes trilhem um caminho em que a burocracia não seja colocada em primeiro lugar, e que busquem um rumo que valorize a diversidade, e principalmente as mulheres negras.
Como comprar o livro da Jarid Arraes - Informações para leitoras, leitores, bibliotecas e escolas
Os livros e cordéis da Jarid Arraes podem ser comprados diretamente em sua loja online.
Para compras de maiores quantidades de livros e cordéis escreva para vendas@jaridarraes.com
Visite o site da Jarid - http://jaridarraes.com/
Como prometemos para algumas mulheres durante o encontro, divulgamos aqui o nosso canal no YouTube, onde postamos vídeos bastante simples, porém bastante detalhados sobre como fazemos nossos livros, explicando como selecionamos as caixas de papelão e mostrando os materiais e técnicas que usamos. Fizemos esses vídeos com a expectativa de que eles possam ajudar outras pessoas que querem publicar seus trabalhos de forma independente, utilizando capas de papelão como fazemos, assista os vídeos: Youtube/Bibliotecas do Brasil - ajude a divulgar para mulheres negras que você conhece e que alimentam o desejo de publicar seus próprios livros.
Visite também a página: A Arte de Fazer Cartoneras
Escreva para nós: contato@bibliotecasdobrasil.com
Inscreva-se em nossa newsletter gratuita: Newsletter Expresso
Para compras de maiores quantidades de livros e cordéis escreva para vendas@jaridarraes.com
Visite o site da Jarid - http://jaridarraes.com/
Como fazemos nossos livros cartoneros
Visite também a página: A Arte de Fazer Cartoneras
Escreva para nós: contato@bibliotecasdobrasil.com
Inscreva-se em nossa newsletter gratuita: Newsletter Expresso
0 comments