Assista ao vídeo acima (ele tem opção de legendas em português) e visite https://stonewallforever.org para conhecer, interagir e aprender mais com a história de Stonewall.
biblioteca enfeitada
Biblioteca brasileira enfeitada para celebrar o Mês do Orgulho LGBTQ - Biblioteca IFSul Camaquã
A bibliotecária Elisangela Pires trabalha na Biblioteca do IFSul - Campus Camaquã no Rio Grande do Sul, um instituto federal de educação, para estudantes de ensino médio e do ensino superior, junto com a colega bibliotecária Gislaine Maciel, a auxiliar de biblioteca Raquel Sperb Xavier e a estagiária Heloísa Strelau. E por iniciativa própria e conjunta, elas decidiram se organizar para decorar a biblioteca com as cores da bandeira do Orgulho LGBTQ, como você pode ver nas fotos que foram partilhadas na página da biblioteca no Facebook. O Mês do Livro LGBTQ da Biblioteca IFSul Camaquã vai ocorrer durante todo o mês de junho de 2018.
Conscientes da importância da biblioteca como um espaço de diversidade, atuante e acolhedor, Elisângela e as colegas fizeram uma seleção de livros com as temáticas diversidade, sexualidade, indivíduos e comunidade LGBT. Elisangela conversou com o blog Bibliotecas do Brasil para partilhar a iniciativa:
"Fiz algumas buscas na internet de livros com a temática e verifiquei se tínhamos na biblioteca. Montamos hoje, dia 8 de junho. Infelizmente não temos muitos livros com a temática, mas o que temos nós reunimos e expomos! Estamos tendo uma excelente repercussão. Também pedi ao Núcleo de Gênero e Diversidade do Campus que organizasse alguma palestra, conversa ou evento sobre a temática LGBT. Vários Bibliotecários já curtiram a atividade na página".
"Quanto a ajuda pra montar a decoração, temos uma equipe de manutenção que pendurou no teto. Mas o pessoal da instituição é bem acessível e a direção apoia bastante as iniciativas da biblioteca".
Elisangela contou mais sobre a importância de celebrar o Mês do Orgulho LGBT:
"Enfeitar e realizar a atividade é uma questão de fortalecimento da biblioteca e de pertencimento. Quando eu cheguei aqui, os alunos não identificavam a biblioteca como um espaço deles e que poderiam fazer várias coisas lá. Somos uma biblioteca pública/escolar para alunos oriundos de 80% cotas. Somos talvez o único equipamento cultural que muitos têm acesso".
A Elisangela fez comentários adicionais:
A bibliotecária Gislaine também falou sobre os livros e zines da Magnolia Cartonera:
"Bibliotecas do Brasil obrigada pela divulgação. Não teríamos feito se não fosse o trabalho que vocês realizam, a inspiração que nos trazem diariamente. A luta é diária e fortalecer as bibliotecas e suas comunidades é imprescindível! As zines e os livros cartoneiros são imprescindíveis pelas boas dicas e exemplos que trazem".
A bibliotecária Gislaine também falou sobre os livros e zines da Magnolia Cartonera:
"Fiquei encantada com a qualidade do conteúdo dos livros. Um excelente material que todos os bibliotecários deveriam consultar. Ótimas dicas e ideias".Pelas ações da bibliotecária Elisangela e de suas companheiras de trabalho, a biblioteca já é um espaço de resistência nessa era tão difícil que estamos enfrentando. Para quem quiser conhecer e comprar os livros e zines da Magnolia Cartonera que a bibliotecária Elisangela Pires utilizou como referência e para se abastecer de ótimas ideias, pode acessar a nossa loja online: loja.bibliotecasdobrasil.com ou conhecer todas as nossas publicações na página Livros e Zines.
Acompanhe a Página da Biblioteca IFSul Camaquã no Facebook
Contato: biblioteca@camaqua.ifsul.edu.br
Matéria: Daniele - Bibliotecas do Brasil | Magnolia Cartonera
Matéria: Daniele - Bibliotecas do Brasil | Magnolia Cartonera
Arte e fotos: Biblioteca IFSul Campus Camaquã cedidas por Elisangela Pires
Biblioteca LGBTQ
Dia Internacional do Combate à Lesbofobia, Homofobia, Bifobia e Transfobia nas Bibliotecas do Brasil
![]() |
| Dandara Baçã e sua camiseta 'Lesbrarian', que traduzimos como 'bibliolésbica' |
Hoje, dia 17 de maio, quinta-feira, é o Dia Internacional do Combate à Lesbofobia, Homofobia, Bifobia e Transfobia. Um dia de luta pelos direitos e de celebração mundial da diversidade sexual e de gênero. Dandara Baçã é bibliotecária em Brasília, e atualmente está finalizando a sua pós-graduação pelo Hospital Sírio Libanês no curso de pós de Informática em Saúde. Assim que ela finalizar o seu mestrado, dará uma entrevista ao blog Bibliotecas do Brasil. Ela escreveu em seu Facebook:
"A biblioteconomia é tão heteronormativa quanto a sociedade então saíamos dos armários e das caixinhas que insistem em nos colocar." - Dandara Baçã
Você pode conferir o texto que publicamos aqui no blog Bibliotecas do Brasil sobre as bibliotecárias lésbicas que marcharam na parada do orgulho LGBT em Nova York e inspiraram muitas pessoas. Convidamos profissionais e pessoas que trabalham com livros, incentivo à leitura, formação de leitores, com educação, biblioteconomia e todas as áreas que envolvam a circulação de livros a refletir sobre essas questões:
- O que a sua biblioteca, espaço de leitura, projeto de incentivo, ação de partilha de livros está preparando como iniciativa de conscientização para essa data?
- Como leitora ou leitor, ou como profissional da leitura, que livros ou materiais você está planejando ler, ou está lendo nesse momento sobre a diversidade, a conscientização e a luta pelos direitos LGBTQ?
Expositor de livros com temática, autoras e autores LGBTQ+
Eli Bruno é um homem transgênero que trabalhava como estagiário em uma biblioteca pública municipal de Curitiba quando conversou com o blog Bibliotecas do Brasil pela primeira vez. Agora, Eli está trabalhando na área administrativa da Casa de Leitura Nair de Macedo no bairro Guabirotuba em Curitiba, além de colaborar com entrevistas sobre a Transgeneridade nas Bibliotecas e também sobre o Dia da Visibilidade Trans para o blog Bibliotecas do Brasil. Ele nos contou no Facebook o seguinte:
"Eu estou preparando um expositor com livros que abordem a diversidade LGBT+ ou que tenham sido escritos por autores pertencentes a esse grupo".
Eli contou ao blog Bibliotecas do Brasil: "A gente fez uma seleção de livros que não são tão conhecidos e por isso não são reconhecidos como histórias que retratam (ou autores que são) LGBT. Na placa no fundo está escrito 'Você consegue adivinhar o tema desse expositor?', pra fazer com que o leitor olhe esses títulos e esses autores e tente estabelecer uma relação entre eles. Dentro dos livros tem um textinho impresso com o título 'Por que esse livro está aqui?' (que poderia dizer 'por que esse livro foi escolhido pra esse expositor?') que fica pra fora do livro, junto com um breve histórico do livro e do autor, indicando o que há de LGBT naquela obra ou na vida de quem a escreveu. No rodapé do textinho há uma indicação escrito '17 de maio, dia internacional da luta contra a homofobia'.
"A ideia é que os leitores percebam que há diversidade na literatura e que não são só escritores conhecidos como LGBT que falam sobre isso (porque eu imagino que ao ler a pergunta no expositor, a maioria dos leitores não irá associar imediatamente ao movimento LGBT, mesmo com a bandeira de arco-íris no fundo)"
![]() |
| Você consegue adivinhar o tema desse expositor? |
A Biblioteca Pública Municipal Mário Quintana de Alegrete no Rio Grande do Sul, coordenada pela bibliotecária Aliriane Almeida, divulgou em seu Facebook essa imagem junto com um texto:
17 de Maio - Dia Internacional Contra a Homofobia - Bibliotecas são espaços que devem estar de portas abertas a todas as pessoas, sem nenhum tipo de preconceito. Isso se aplica tanto ao seu espaço físico quanto ao acervo, a literatura que expressa os temas LGBTs não deve ser censurada das prateleiras.
O Dia Internacional contra a Homofobia, Bifobia e Transfobia (em inglês: International Day Against Homophobia, Biphobia and Transphobia) é festejado em 17 de maio. A data foi escolhida lembrando da exclusão da Homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 17 de maio de 1990, oficialmente declarada em 1992. Fonte: Wikipedia
Gostaria de partilhar as ações do seu espaço de leitura, projeto de incentivo ou biblioteca para o Dia Internacional do Combate à Lesbofobia, Homofobia, Bifobia e Transfobia? O blog Bibliotecas do Brasil está de portas abertas para mostrar a sua iniciativa e inspirar mais pessoas a seguir esses passos, fala coma gente pelo email contato@bibliotecasdobrasil.com
Texto: Daniele - Bibliotecas do Brasil
Fotos: Dandara Baçã | Eli Bruno Prado
Imagem de divulgação: Biblioteca Mário Quintana de Alegrete
Arte: Juliano Rocha - Bibliotecas do Brasil
Email: contato@bibliotecasdobrasil.com
Biblioteca LGBTQ
Faça a diferença para a população LGBTQ através do seu espaço de leitura, projeto de incentivo ou biblioteca
As bibliotecas, espaços de leitura e projetos de incentivo à leitura podem ajudar na luta pelos direitos das pessoas LGBTQ (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneras e queers) fazendo programações inclusivas ou inteiramente dedicadas à conscientização. Ao longo de nossas atividades com o blog Bibliotecas do Brasil, temos abordado vários textos e conteúdos referentes sobre as questões LGBTQ dentro das bibliotecase projetos de partilha de livros, como a Little Free Library (pequena biblioteca livre) da Equality House.
Dedicamos uma relevante e aprofundada parte Magnolia Zine nº3 e do livro Bibliotecas Mudam o Mundo, sobre temas interessantes relacionados às questões LGBTQ, para você refletir e colocar em prática na sua biblioteca, espaço de leitura, projeto de incentivo, iniciativa ou ação — sejam coletivas ou individuais). Comece a programar agora as ações da sua biblioteca, projeto de incentivo à leitura, ações de partilha de livros para o mês de junho, que é o mês do livro LGBT nas bibliotecas.
Nós escrevemos e publicamos as edições da Magnolia Zine repletas de conhecimento para ampliar os seus recursos do seu espaço de leitura, projeto de incentivo ou biblioteca. Adote mudanças, crie significado, faça ações de relevância na sua biblioteca ou espaço de incentivo à leitura. Não deixe que as datas significativas da comunidade LGBTQ passem sem programação, faça a diferença através do seu espaço ou projeto de leitura.
Conteúdos do blog Bibliotecas do Brasil sobre temas LGBTQ
- Diversidade no Dia das Mães: atividades e iniciativas concretas de apoio à comunidade LGBTQ (Lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e queers) no Dia das Mães - Leia na Magnolia Zine nº3
- A transgeneridade nas bibliotecas e espaços de leitura - Entrevista com Eli Prado
- Dia Nacional da Visibilidade Trans nas Bibliotecas do Brasil - Entrevista com Alexia Vitória de Oliveira e Eli Prado
- Junho é o Mês do Livro LGBT nas bibliotecas
- Bibliolésbica - Bibliotecárias lésbicas marcham na Parada do Orgulho LGBT
- As bibliotecas precisam lutar de forma ativa pelos direitos LGBTQ's
- Diversidade LGBTQ nas bibliotecas: Drag Queen contadora de histórias
- Love! Love! Love!
- Apoio à comunidade LGBTQ no Dia das Mães com Diversidade
- Livro infantil grátis: Nicolás Tem Dois Papais
- Como uma minibiblioteca pode combater o ódio
Texto: Daniele Carneiro
Arte: Juliano Rocha
Email: contato@bibliotecasdobrasil.com
combate aos preconceitos
A transgeneridade nas bibliotecas e espaços de leitura - Entrevista com Eli Prado
Eli Prado é um homem transgênero de 23 anos, escreve desde a infância e tem quatro livros publicados de forma independente. Natural de Registro, cidade de São Paulo, Eli estuda Filosofia na UFPR, se dedica à escrita de uma trilogia, e faz estágio há quase um ano em uma das bibliotecas públicas municipais de Curitiba. Eli tem em seus planos futuros lecionar e aprender a conciliar literatura, filosofia e ensino. Conversamos com o Eli sobre sua vida, sobre como é seu trabalho em uma biblioteca pública, e como ele lida com situações difíceis e constrangedoras no trabalho e no dia a dia, por causa da falta de visibilidade direcionada às pessoas transgêneras.
Escrita e transgeneridade
"Eu gosto de fazer os meus relatos quase diários no Facebook de coisas que acontecem comigo que não teriam acontecido caso eu não fosse uma pessoa transgênera. Contar como eu enfrento o medo da discriminação diariamente, como eu lido com situações constrangedoras, como às vezes eu preciso me preparar psicologicamente antes de ir pra algum lugar absolutamente normal, simplesmente pelo fato de eu ser trans. Eu gosto de contar isso tudo da forma mais próxima da realidade possível, porque foi lendo relatos de pessoas trans que eu me vi naquelas histórias, e hoje com 23 anos, tenho uma compreensão ampla do que eu sou e porque me sinto de determinadas formas em determinadas situações".
Eli realiza contações de histórias para crianças na biblioteca
Estágio em biblioteca pública para pessoas transgêneras
"Como sou estagiário, faço um pouco de tudo que posso na biblioteca, desde a organização dos livros nas estantes, atendimento ao público até as atividades com crianças, jovens e adultos. Tenho enorme paixão pelas atividades de roda de leitura, cinedebate e contação de histórias que desenvolvo, e não tenho preferência por alguma faixa etária específica. Lidar com pessoas de todas as idades e levar o amor pela leitura à elas é realmente incrível para mim. Rolou uma identificação tão forte com esse trabalho que todos os anos anteriores que trabalhei em outras áreas, não me trouxeram uma transformação pessoal tão profunda quanto trabalhar na biblioteca trouxe. Hoje a minha noção de 'biblioteca', e mais ainda, de 'trabalhar numa biblioteca' é completamente nova e eu acho isso maravilhoso. Eu vejo em mim a transformação que eu também tento levar à vida das pessoas que eu atendo.
Antes de começar a trabalhar na biblioteca eu já era escritor, então já tinha algum interesse em trabalhar com literatura e livros, mesmo que isso significasse trabalhar apenas com os meus livros, hahaha. Eu vejo hoje na literatura um instrumento de transformação poderosíssimo. Mesmo que depois do meu estágio, eu acabe saindo da área de cultura e da literatura para dar aulas, eu sei que vou aproveitar muito do que venho aprendendo e praticando durante o meu estágio".
Atividades de leitura ao ar livre realizadas pelo Eli
Situações enfrentadas por uma pessoa transgênera em bibliotecas públicas e na universidade
"Eu tive uma baita sorte de começar a trabalhar na Casa da Leitura Miguel de Cervantes, que eu vejo como um espaço seguro e que respeita totalmente as pessoas LGBT. Eu já me identifico como trans há alguns anos, mas só 'saí do armário' no começo desse ano e eu tenho certeza que identificar o meu local de trabalho e a minha faculdade, como lugares seguros para falar abertamente sobre mim, foram coisas importantíssimas para que eu desse esse passo. No trabalho, o que eu ainda enfrento hoje é o fato de não ter uma aparência 'passável' (não apresentar características físicas ditas 'masculinas'), e o público que frequenta as atividades me tratar no feminino. Mas como eu sempre estou com algum mediador de leitura me acompanhando nas atividades, mesmo que alguém no público me trate no feminino, meus colegas de trabalho continuam me tratando no masculino. Isso é algo que realmente me toca profundamente e me dá forças para enfrentar qualquer coisa que eu possa passar durante uma atividade. Gostaria de contar algo que ocorreu há algum tempo numa atividade que eu acompanhei com um grupo de idosos. Eu só estava assistindo a atividade que outro mediador de leitura estava realizando e os participantes já eram muito próximos desse mediador, por ele fazer atividades há algum tempo. Antes de eu ser apresentado por ele, alguns dos participantes me trataram no feminino, mas depois de ter sido apresentado como 'Eli, o estagiário da Miguel de Cervantes', todos passaram a me tratar no masculino. Falar sobre isso hoje até me deixa emocionado. Eu imagino que se eu estivesse trabalhando em ambientes como os que trabalhei antes, provavelmente esse respeito não viria assim tão naturalmente".
Eli realizando suas atividades literárias com as crianças
Acolhimento de uma pessoa transgênera por colegas de trabalho na biblioteca
"O termo 'transição' é usado pra dizer quando a pessoa trans começa a fazer modificações corporais, mas eu acredito que a partir do momento que a pessoa se compreende como trans e passa a se apresentar publicamente como tal, já é uma transição, mesmo antes de existirem modificações corporais. Admito que mesmo sabendo que eu estava num espaço seguro que respeita toda a diversidade LGBT+, senti um frio na barriga quando finalmente falei abertamente sobre a minha mudança de nome, sobre meu gênero e tudo mais. Eu fiz uma publicação no meu Facebook numa noite, quando eu percebi que o armário era um lugar triste demais pra eu me manter ali, e na mesma semana mudei muita coisa na minha vida. Comprei roupas masculinas, pedi o uso do nome social na faculdade e dei entrada no processo transexualizador do SUS (Sistema Único de Saúde). Como eu já tinha algumas pessoas do meu trabalho no Facebook, incluindo a Ísis - funcionária administrativa da Casa da Leitura Miguel de Cervantes, e pessoa em comum que indicou o Eli ao blog Bibliotecas do Brasil para essa entrevista - que trabalha na mesma Casa da Leitura que eu, eles souberam do início da minha transição pelas redes sociais. Inclusive aconteceu algo muito bonitinho e que eu guardo com carinho no meu coração no dia seguinte à minha publicação no Facebook. Geralmente quando eu chego no estágio e tenho algumas coisas estabelecidas pra fazer, a Ísis deixa um bilhete com o meu nome e uma listinha de tarefas. No dia seguinte à publicação sobre a minha transição, a lista de tarefas estava com meu nome social 'Eli' no topo da lista. Parece algo muito simples falando assim, mas foi algo realmente muito significativo pra mim, e que me fez perceber que eu podia ficar tranquilo, porque no meu local de trabalho eu seria respeitado. E foi o que aconteceu".
Descaso com o nome social de pessoas transgêneras na Biblioteca Pública do Paraná
O Decreto nº 8.727, de 28 de abril de 2016 assinado pela presidenta Dilma Rousseff, dispõe sobre o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis e transexuais no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. O nome social é o nome pelo qual pessoas transgêneras e travestis preferem ser chamadas cotidianamente, em contraste com o nome oficialmente registrado que não reflete sua identidade de gênero. É a designação pela qual a pessoa travesti ou transexual se identifica e é socialmente reconhecida. Como o disposto no decreto, os órgãos e as entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, em seus atos e procedimentos, deverão adotar o nome social da pessoa travesti ou transexual, de acordo com seu requerimento. Acesse o decreto aqui para ler na íntegra.
Eli fala sobre o assunto:
"Acho importante divulgar o número da lei e sobre o que ela dispõe. Primeiro porque quando se é trans, a gente tem que ter o número desse decreto na ponta da língua, pois mesmo nos órgãos públicos muitas vezes há o desconhecimento sobre isso. Segundo, porque há empresas privadas, como bancos que respondem de forma inconveniente e desleixada suas reclamações, que justificam a impossibilidade do uso do nome social a partir dessa lei, porque ela dispõe sobre a administração pública federal direta, autárquica e fundacional, ou seja, empresas privadas não entram na obrigação de respeitar o nome social ou a identidade de gênero de pessoas trans.
Eu percebo que a lei é muitíssimo importante, uma vez que possivelmente (e infelizmente), o respeito não surgiria naturalmente nos órgãos públicos, e a lei não só obriga que exista esse respeito como também é uma forma de disseminação de informação. Sendo obrigatório o respeito ao nome social em órgãos públicos, quantas pessoas não passaram a conhecer a realidade de pessoas trans e não teriam conhecimento disso se não fosse por essa lei?"
Na Biblioteca Pública do Paraná atendente do balcão de empréstimos perguntou ao Eli: 'Nome social é o nome que você usa nas redes sociais?'
Em seu perfil no Facebook, Eli relatou duas situações diferentes onde passou por constrangimentos ao enfrentar o despreparo, o desinteresse e o atendimento de má vontade por parte dos atendentes do balcão de empréstimos e devoluções da Biblioteca Pública do Paraná, em relação ao nome social.
"O descaso aconteceu no último lugar que eu imaginei que passaria um constrangimento desse tipo, na Biblioteca Pública do Paraná. Antes de pedir o uso do nome social na BPP, eu já tinha feito isso na faculdade e no posto de saúde - dois órgãos públicos, assim como a biblioteca - e eu imaginei que em todos os lugares públicos eu não teria problemas com o nome social. Grande engano. Quando questionei sobre a mudança do nome no sistema, o atendente me perguntou: ‘Nome social é o nome que você usa nas redes sociais?’ Quando eu lembro disso hoje não consigo não rir, mas na hora eu fiquei bem nervoso. O atendente anotou o meu pedido num papel e jogou para que o atendente ao lado resolvesse. O outro, que também parecia não saber o que era nome social, mas demonstrou um pouco mais de interesse em resolver isso, fez uma ligação para algum outro setor da BPP e depois fez a alteração no sistema".
Eli em uma das atividades do espaço de leitura
A importância do nome social de pessoas transgêneras e do acolhimento realizado por atendentes em bibliotecas
"Eu refleti um tempo depois do ocorrido buscando explicações. Os atendentes eram dois rapazes jovens, eu podia deduzir que eram estagiários. Se eram estagiários, então estão num curso superior, e se estão num curso superior, é ainda mais assombroso o fato de não terem o menor conhecimento sobre o que é nome social. Nos meios acadêmicos e culturais que eu frequento, as pessoas sabem sobre transgeneridade, e refletindo sobre o ocorrido na Biblioteca Pública do Paraná, eu percebo que é somente nos meios acadêmicos que eu frequento que se sabe sobre transgeneridade: na Reitoria da UFPR, nos eventos culturais frequentados por essas mesmas pessoas da Reitoria e nos cursos de humanas.
Eu tenho sorte de estar nesses ambientes e eu reconheço que enfrento muito menos dificuldades que outras pessoas trans, mas ainda assim eu tenho de estar o tempo todo alerta, porque a qualquer momento, mesmo nos ambientes 'seguros' eu posso sofrer algum constrangimento, alguma forma de preconceito, alguma violência e transfobia. A gente nunca pode relaxar totalmente. A informação sobre o nome social deve ser mais disseminada para evitar esse tipo de constrangimento, principalmente em espaços públicos, onde a lei deveria funcionar.
Eu sei que o SUS oferece um curso online sobre atendimento e acolhimento a pessoas trans e até agora, foi nos meus atendimentos no SUS que eu mais me senti acolhido e respeitado. Às vezes uma palestra informativa entre funcionários das bibliotecas basta. Às vezes se torna interessante o incentivo ao curso online. Às vezes um cartaz com algumas informações básicas incentiva um aprofundamento no assunto. Penso que todas as formas de espalhar a informação sobre o nome social deveriam acontecer, assim como o curso do SUS que é aberto à todas as pessoas. A divulgação de informações básicas em cartazes e chamamento para palestras que tratem desses assuntos é importantíssima".
Eu sei que o SUS oferece um curso online sobre atendimento e acolhimento a pessoas trans e até agora, foi nos meus atendimentos no SUS que eu mais me senti acolhido e respeitado. Às vezes uma palestra informativa entre funcionários das bibliotecas basta. Às vezes se torna interessante o incentivo ao curso online. Às vezes um cartaz com algumas informações básicas incentiva um aprofundamento no assunto. Penso que todas as formas de espalhar a informação sobre o nome social deveriam acontecer, assim como o curso do SUS que é aberto à todas as pessoas. A divulgação de informações básicas em cartazes e chamamento para palestras que tratem desses assuntos é importantíssima".
As bibliotecas e espaços de leitura precisam se tornar lugares prestativos e acolhedores com as pessoas transgêneras
"Refletindo sobre a possibilidade de existir um setor diferenciado para atendimento a pessoas trans, logo me vem em mente a diferença entre inclusão e integração. Criar um setor específico para atendimento à pessoas trans, um banheiro diferente para pessoas trans, um lugar específico onde é autorizado manter as pessoas trans, integra, mas não inclui efetivamente essa população e não ajuda realmente na superação dos preconceitos.
"O primeiro passo é preparar os atendentes para receber esse público".
Há muito tempo as pessoas trans são acuadas a desfrutarem de serviços básicos e públicos. Mesmo com a lei em vigência, o medo do desrespeito é constante. Eu acharia muito, muito acolhedor se em algum lugar logo na entrada de uma biblioteca, por exemplo, tivesse um cartaz dizendo algo como:
'Ei, tudo bem? Aqui seu nome social é respeitado'
Isso possivelmente seria um atrativo para que usuários trans convidassem outras pessoas trans a frequentar aquele lugar. É importante para uma população tão marginalizada ocupar espaços que a sociedade diz que não é para elas, como bibliotecas, escolas, universidades e por aí vai.
Projeto sobre a população LGBT na biblioteca
"No projeto que eu estou desenvolvendo agora, pretendo fazer rodas de leitura que tragam à tona discussões sobre a população LGBT em geral, não só para que pessoas não-LGBT reflitam sobre as dificuldades e preconceitos sofridos por essa população, mas também para que as pessoas trans se sintam representadas e convidadas a estarem nesse espaço, nessa biblioteca. Tornar um lugar acolhedor para pessoas trans não é difícil, não exige mudanças no ambiente físico nem grandes revoluções: basta existir o respeito. A mudança mais difícil é na atitude das pessoas".
Como leitoras e leitores ativistas, e pessoas comprometidas com incentivo à leitura podem dar visibilidade às questões das pessoas transgêneras?
"Nós temos que dar espaço para que pessoas trans falem, e não sintam que pedir o uso do nome social pode representar um risco de levar a uma situação constrangedora. Temos que abrir as portas da biblioteca pra falar sobre literatura feita por pessoas trans, e/ou que tratem de personagens trans, tanto para discutir entre pessoas trans quanto entre pessoas cisgêneras, para disseminar a informação e levá-la cada vez mais longe. Temos que indicar livros que tratem desses assuntos quando virmos a oportunidade entre os leitores do espaço.
Percebendo a ausência de pessoas trans, é importante que pessoas cisgêneras também problematizem essas questões em atividades de literatura, em espaços de leitura. Também temos que lembrar sempre que pequenas atitudes fazem diferença. Eu estou desenvolvendo um projeto que, entre outras coisas, traz textos literários com personagens LGBT+, é um projeto pequeno que atinge apenas um espaço de leitura, mas é a minha pequena atitude tentando fazer a diferença. Você abriu espaço para que eu falasse dessas questões todas no blog Bibliotecas do Brasil, e é uma atitude simples, que certamente vai fazer uma baita diferença. O respeito ao nome social, o uso correto dos pronomes, a demonstração da importância daquela pessoa ali, naquele momento, naquele lugar, são pequenas atitudes que não custam nada pra quem faz, mas significam muito para quem recebe".
Pedimos ao Eli que nos falasse um pouco sobre coletivos, organizações ou trabalhos na área da transgeneridade que ele acompanha, e que apoiam pessoas transgêneras e que precisam ser divulgadas
"Aqui em Curitiba eu conheço o Transgrupo Marcela Prado, uma ONG que promove palestras e cursos, e o Tô Passada, um cursinho pré-vestibular e ENEM voltado a pessoas trans, no qual dei algumas aulas, além de dar apoio das mais diversas formas possíveis à população trans da cidade e da região metropolitana.
Também conheço o CPATT - Centro de Pesquisa e Atendimento para Travestis e Transexuais, que existe desde fevereiro de 2014 e faz acompanhamento psicológico, social e médico para pessoas trans que precisam de ajuda ao longo do processo transexualizador e inserção social. O encaminhamento para o CPATT é através do SUS (Sistema Único de Saúde). Recentemente descobri uma lista de entidades que podem ajudar, são elas: Grupo Dignidade, Aliança Nacional LGBTI, CEPAC - Centro Paranaense da Cidadania, Espaço Paranaense da Diversidade LGBT, IBDSEX - Instituto Brasileiro da Diversidade Sexual, APPAD - Associação Paranaense da Parada da Diversidade, Dom da Terra - Afro LGBTI.
Livros do Eli Prado
- Hey Jude - Livro com acabamento premium e miolo colorido
- Hey Jude - Livro em formato pocket com miolo preto e branco
Matéria de Daniele - Bibliotecas do Brasil
Email: contato@bibliotecasdobrasil.com
Inscreva-se na Newsletter Expresso, newsletter semanal e gratuita do blog Bibliotecas do Brasil e da Magnolia Cartonera.
Através do email do blog Bibliotecas do Brasil recebemos alguns comentários de mulheres que trabalham em bibliotecas nas mais variadas atividades, são bibliotecárias, pedagogas, estagiárias, professoras, auxiliares e atendentes, relatando sobre a impossibilidade de organizar programações ou eventos LGBTQ, e quaisquer atividades dedicadas ao empoderamento das mulheres por causa do machismo presente entre funcionários ou homens em cargos superiores.
Algumas profissionais de bibliotecas e espaços de leitura nos contam que sequer podem sugerir que atividades voltadas para o empoderamento de mulheres ou voltadas para o público LGBT sejam feitas, porque estão inseridas em um ambiente onde os profissionais que vetam essas iniciativas são machistas, racistas, homofóbicos e hostis à essas possibilidades. Isso é horrível e bastante escandaloso que aconteça em bibliotecas públicas e universitárias, e são casos que precisam ser denunciados. Essa situação é desanimadora para qualquer mulher que trabalhe em bibliotecas e espaços de leitura, e o resultado disso é a total falta de perspectivas no futuro de várias carreiras que muitas vezes, ainda estão batalhando na graduação para conquistar. As mulheres sofrem com o machismo em todas as áreas de atuação, e enfrentam inúmeras limitações na profissão por causa de colegas de trabalho que perpetuam o machismo e demais atitudes discriminatórias.
Temos que repensar como as funcionárias e trabalhadoras de bibliotecas e espaços de leitura são tratadas
Por sugestão das leitoras do blog Bibliotecas do Brasil, reunimos na edição #4 da Magnolia Zine (nossa publicação de incentivo à leitura) dicas com propostas de engajamento, luta e busca para soluções dos problemas que as mulheres e pessoas LGBTQ (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneras e queers) que trabalham em bibliotecas e espaços de leitura enfrentam diariamente. Busquei também em minhas próprias experiências de trabalho, situações de machismo e opressão que enfrentei nos empregos que tive, e que poderiam ter um desfecho diferente se já tivesse conhecido o feminismo na época. Esse tutorial foi desenvolvido e escrito especialmente para as mulheres que estão em locais de leitura, e que enfrentam diariamente o machismo, com algumas ideias para buscar apoio profissional e emocional e encontrar soluções.
É perturbador receber relatos de mulheres que estão encontrando dificuldades em ter suas ideias e criatividade valorizadas dentro do seu ambiente de trabalho em bibliotecas e espaços de leitura. Temos que mover esforços para que suas vozes passem a ser ouvidas, valorizadas e honradas, e que suas ideias sejam colocadas em prática nas bibliotecas.
As bibliotecas e espaços de leitura precisam promover a inclusão e a diversidade para a comunidade leitora e também para suas funcionárias e trabalhadoras. Qualquer esforço por parte das bibliotecas para combater o machismo, a lesbofobia, a homofobia, a transfobia, a bifobia e todas as discriminações baseadas na identidade de gênero e orientação sexual, é vital para as mulheres e população LGBTQ.
Seja você bibliotecária, professora, pedagoga, auxiliar, funcionária terceirizada, estagiária, voluntária ou leitora que frequenta uma biblioteca, e está passando por um momento desanimador por causa do machismo, nosso tutorial irá te ajudar a ter inspiração, recuperar suas expectativas e forças para continuar a seguir em frente em seu trabalho e colocar suas ideias em prática.
As bibliotecas e espaços de leitura precisam promover a inclusão e a diversidade para a comunidade leitora e também para suas funcionárias e trabalhadoras. Qualquer esforço por parte das bibliotecas para combater o machismo, a lesbofobia, a homofobia, a transfobia, a bifobia e todas as discriminações baseadas na identidade de gênero e orientação sexual, é vital para as mulheres e população LGBTQ.
Seja você bibliotecária, professora, pedagoga, auxiliar, funcionária terceirizada, estagiária, voluntária ou leitora que frequenta uma biblioteca, e está passando por um momento desanimador por causa do machismo, nosso tutorial irá te ajudar a ter inspiração, recuperar suas expectativas e forças para continuar a seguir em frente em seu trabalho e colocar suas ideias em prática.
Leia uma prévia de cada um dos temas dessa edição:
- Pré-venda Magnolia Zine #4 - Bibliotecárias feministas, incentivo à leitura para pessoas idosas, minidespensas livres e muito mais!
- Leia o post Bibliotecas Contra o Ódio - Uma reflexão sobre o papel das bibliotecas em nossa época
- Passeie pela tag 'feminismo' e leia as matérias que já publicamos sobre o tema
- Passeie pela tag 'LGBTQ' e leia as matérias já publicadas no blog sobre o tema
Combate ao machismo nas bibliotecas
Qualquer esforço por parte das bibliotecas em benefício das mulheres e da população LGBTQ é vital para promover a inclusão e a diversidade, além de ser um ato de resistência contra o machismo, contra a misoginia e o ódio. Se você trabalha em uma biblioteca que se preocupa em conscientizar os próprios funcionários e trabalhadores sobre não praticar atos machistas contra as funcionárias e frequentadoras dos espaços de leitura, entre em contato conosco pelo email contato@bibliotecasdobrasil.com e conte suas experiências e ações.
Texto: Daniele Carneiro - Bibliotecas do Brasil | Magnolia Cartonera
Ilustrações: Juliano Rocha
Foto: Daniele Carneiro
Inscreva-se gratuitamente em nossa newsletter semanal
Ilustrações: Juliano Rocha
Foto: Daniele Carneiro
Inscreva-se gratuitamente em nossa newsletter semanal
Bibliotecárias presentes na Parada do Orgulho LGBT de São Francisco nos Estados Unidos, celebrando a liberdade de ler. Foto: Tara Schmidt
Junho é o Mês do Livro LGBT nos Estados Unidos, uma celebração anual da cultura, da história, das contribuições e tradições da comunidade lésbica, gay, bissexual e transgênera.
É uma comemoração nacional entre bibliotecas públicas e privadas, bibliotecas universitárias e comunitárias, onde autores, leitores e profissionais das bibliotecas celebram e refletem sobre as histórias de vidas, experiências e a literatura da comunidade LGBT. Originalmente estabelecida no início dos anos 90 pelo The Publishing Triangle - uma associação norte-americana de gays e lésbicas na indústria editorial - como o Mês Nacional de Lésbicas e Gays, esta ocasião é uma oportunidade para os amantes dos livros entrem em contato com o melhor da literatura LGBT presente nas bibliotecas.
Comemore o Mês do Livro GLBT com a sua comunidade leitora
O Mês do Livro GLBT é uma iniciativa da Associação Americana de Bibliotecas (American Library Association - ALA) e é coordenado por meio de seu Escritório de Diversidade, Alfabetização e Serviços de Extensão e também de sua Mesa Redonda de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros (GLBT), que está empenhada em atender as necessidades de informação e acesso da comunidade LGBT, do público em geral e também dos profissionais de bibliotecas que se identificam como gays, lésbicas, bissexuais e pessoas transgêneras. Por todo o país eventos e programações LGBT em bibliotecas são incentivados, celebrados e reunem pessoas para celebrar os livros, a leitura e a diversidade
Arte da Biblioteca Pública de Nova York para celebrar o Mês do Livro GLBT
A Huie Library - biblioteca acadêmica da Universidade Estadual de Henderson, fica na cidade de Arkadelphia, no Arkansas, e montou esse display incrível com um poster em homenagem às vidas perdidas na Pulse Nightclub em Orlando na Flórida, que foram dizimadas em um tiroteio motivado por homofobia em 2016, que foi considerado o mais mortífero incidente de violência e ódio contra pessoas da comunidade LGBTQ, e também da comunidade latina nos Estados Unidos. Foto: Huie Library
A Associação Americana de Bibliotecas está empenhada em encorajar e apoiar o acesso livre e necessário a todas as informações, disponibilizando em seu site downloads gratuitos e material informativo para que as bibliotecas norte-americanas possam celebrar o Mês do Livro GLBT simultaneamente, além de dar sugestões de livros, como o livro This Day in June da autora Gayle E. Pitman, um guia de leitura para mães, pais e cuidadores sobre como conversar com crianças sobre orientação sexual e identidade de gênero de acordo com a idade.
Exposição de livros LGBT na biblioteca Myers Park, filial da biblioteca Charlotte Mecklenburg na cidade de Charlotte na Carolina do Norte, Estados Unidos. Foto: Pinterest da Biblioteca Charlotte Mecklenburg.
Entre os downloads gratuitos da ALA estão os 'Guias de leitura para discussões em grupo' para as pessoas que quiserem organizar grupos de debate e rodas de conversa nas bibliotecas sobre os livros indicados na lista. Autores, editores, distritos escolares, e organizações dedicadas ao incentivo à leitura participaram da organização desse material. O Mês do Livro GLBT culminará em muitos eventos e programas da Conferência Anual da ALA de 2017 em Chicago com foco em questões e serviços para a comunidade LGBT.
Hora da Contação de Histórias Drag Queen com a contadora Honey Mahogany celebrando o orgulho LGBT na Biblioteca Pública de São Francisco. Foto: SFPL
— Zines LGBT: A Biblioteca Pública de Chicago em 2017 está fazendo eventos fabulosos para adolescentes. A biblioteca está convidando adolescentes que tenham uma história para contar ou uma experiência para compartilhar a se juntar com um coletivo de escrita para uma oficina de criação de zines, e discutir a importância de contar nossas histórias como comunidades LGBTQIA (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneras, Queer, Intersex, Assexual e Aliados) para desafiar estereótipos, opressão e narrativas dominantes na mídia convencional
— Para crianças, várias bibliotecas estão cada vez mais encantadas com as Drag Queens contadoras de histórias. Leia a matéria que fizemos sobre esse assunto.
Mês dos Livros LGBT no Brasil
Arte: Juliano Rocha
Adoraríamos conhecer iniciativas brasileiras dedicadas a partilhar conhecimento e informação sobre diversidade, inclusão, sexualidade, história, contribuições e direitos do público LGBT. Se você trabalha ou frequenta uma biblioteca de qualquer modalidade que se dedique a celebrar a comunidade LGBT, ou algum evento exclusivo para o público, para seus funcionários, e que já tenha programações e atividades relacionadas à cultura LGBT, deixe uma mensagem na caixa de comentários desse post, ou fale com a gente pelo Facebook.
Prepare-se para celebrar as Datas Comemorativas LGBT na sua biblioteca
Essas são sugestões de datas importantes para celebrar, incluir e fortalecer a comunidade LGBT em bibliotecas, espaços e projetos de incentivo à leitura
— 17 de Maio | Dia Internacional de Combate à Homofobia
— 28 de Junho | Dia do Orgulho LGBT Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
— 29 de Agosto | Dia da Visibilidade Lésbica
Leia mais artigos LGBT no blog Bibliotecas do Brasil para se inspirar
— Dia das Mães com Diversidade nas bibliotecas, espaços e projetos de incentivo à leitura
— Livro infantil grátis: Nicolás Tem Dois Papais
— Livro infantil grátis: Nicolás Tem Dois Papais
Tradução e texto: Daniele Carneiro - Bibliotecas do Brasil
Informações e poster do site da American Library Association - ALA
Fotos com créditos dos sites de origem em cada uma delas
Arte "Eu estarei ao lado do mais vulneráveis" de Juliano Rocha - Bibliotecas do Brasil
contato@bibliotecasdobrasil.com
Inscreva-se para receber a Newsletter Expresso (gratuita e semanal)




































